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Itaú prevê perda de R$ 18 bilhões com a inadimplência

Para Setubal, presidente do banco, mais pagamentos em atraso impedem uma concessão maior de crédito

Calote de curto prazo, porém, dá sinais de recuo; Mantega atrela inadimplência menor a retomada da economia

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou ontem que as perdas do banco decorrentes da inadimplência deverão chegar a R$ 18 bilhões neste ano.

"É um número muito grande e, quando começa a subir, é óbvio que a gente fica preocupado", disse Setubal.

Segundo o empresário, o aumento recente do calote impede a retomada do vigor nas concessões de crédito neste momento.

Nos últimos meses, a inadimplência cresceu e, nas palavras de Setubal, está em um patamar muito elevado, especialmente no segmento de automóveis.

Entretanto, diz ele, o calote de curto prazo -dívidas de 15 a 90 dias- começa a mostrar sinais de recuo, o que é um indicativo de que haverá melhora no médio prazo.

"É um cenário que começa a melhorar, o que é um ótimo sinal. E indica que as medidas tomadas pelos bancos para melhorar a qualidade do crédito estão surtindo efeito."

A inadimplência mais longa, acima de 90 dias, é mais difícil de reduzir porque os compromissos se acumularam. Mas, disse Setubal, quando a dívida de curto prazo começa a ceder, é sinal de que a mais longa também vai cair no futuro.

"A absorção disso [inadimplência] pelo sistema financeiro leva um período relativamente longo, de seis meses a um ano e meio dependendo do segmento, mas o cenário começa a melhorar, o que dá uma tranquilidade maior."

Para o presidente do Itaú, o crédito continuará a se expandir mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, mas não repetirá o desempenho dos anos recentes.

"O crédito vai continuar se expandindo, mas não na mesma velocidade. Não dá para imaginar que vamos continuar crescendo 30%, como no passado", afirmou.

Para Setubal, o crescimento do crédito está mais limitado no consumo. Mas, disse ele, há espaço para emprestar para investimentos.

Ele participou de seminário do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

MANTEGA

Presente ao evento, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que a retomada da economia deve ajudar a diminuir o calote.

"Os bancos estão liberando mais crédito e acredito que estamos caminhando para a normalidade. É só reacelerar um pouco a economia que a inadimplência cai", afirmou.

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