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Muito Além das 4 linhas

O ex-técnico Carlos Alberto Parreira vira sócio de empresa de comércio exterior no Rio e planeja faturar R$ 1 milhão no 1º ano

VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO

Um ano e meio após se aposentar do futebol, o técnico tetracampeão mundial com a seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, 69, entrou novamente em campo, mas em outra área -como sócio numa empresa de comércio exterior no Rio de Janeiro.

De olho no potencial de consumo das classes C e D e no setor imobiliário do país, a Next Global, empresa do ex-técnico, tem como objetivo tornar-se grande importadora voltada para os setores de varejo de confecções, de alimentos e para a indústria da construção civil.

A expectativa é que, em seu primeiro ano de funcionamento, a empresa feche 24 negócios e fature, ao menos, R$ 1 milhão.

Uma das operações mais importantes será a importação, para uma construtora, de seis guindastes usados em obras prediais. "Também temos um cliente que tem uma rede de 30 lojas espalhadas no país e que nos pediu 5 milhões de peças de calcinhas e cuecas", diz Parreira.

O futebol continua por perto. " Também já temos amostras de brindes para a Copa do Mundo do Brasil de 2014, como bolas e outros produtos", afirma.

Entre os 40 maiores importadores brasileiros, 3 prestam serviços semelhantes à empresa do ex-técnico, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Uma delas, a Cisa Trading, é a terceira maior entre todas as importadoras, atrás somente de gigantes como a Petrobras e a Samsung. Sua atuação abrange áreas que vão da importação de aeronaves executivas à logística de distribuição de cosméticos e produtos farmacêuticos.

"As importações são fundamentais para o país, principalmente de máquinas para as indústrias produzirem", afirma Parreira.

Com esse argumento, o ex-treinador se refere ao setor de bens de capital, como define o jargão econômico, e se antecipa a possíveis críticas por uma suposta contribuição para o processo de desindustrialização do país.

A China destaca-se nas importações de Parreira. É o principal mercado fornecedor e onde estão 20 dos 80 agentes da empresa espalhados pelo mundo. Em seguida, estão outros asiáticos -como Índia, Coreia do Sul e Vietnã.

DESCOBERTA

Parreira contou que, após deixar o futebol, muitos convites surgiram, inclusive, ligados à área esportiva. "Só que é muito arriscado investir em futebol. Na minha idade não se pode mais correr riscos", diz o ex-técnico, que fará 70 anos em fevereiro.

"O 'case' Neymar é um no meio de cem, de mil. Então entrei para a Next Global e estou fascinado. Tinha histórico zero na área e agora estou empolgado com as possibilidades de negócio na construção e no varejo", afirmou.

Parreira somente não esperava o grande volume de impostos nas operações. "A carga tributária brasileira é estúpida e não há retorno para a população. O Brasil precisa urgentemente de uma reforma tributária", disse.

Como empresário, um dos próximos passos de Parreira será lançar um curso de futebol e marketing em parceria com a família do empresário de TV José Bonifácio de Oliveira, o Boni, e o publicitário Washington Olivetto.

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