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Análise

Teles terão que se esforçar para competir com o setor bancário

MAURICIO GHETLER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O mercado bancário é atualizado e atende com eficiência. Segundo a Febraban, as operações em internet banking atingiram 24% das transações totais em 2011.

E ocorre crescimento exponencial do mobile banking: em até sete anos ele terá a mesma relevância do internet banking.

Apesar da preferência crescente por internet e mobilidade, o mercado financeiro expande sua rede física em ao menos 3% ao ano.

Em 2011, o número de caixas eletrônicos chegou a 182 mil, e o de postos físicos, a 243,2 mil.

Consumidores podem criticar tarifas ou "spread" bancário, mas não podem negar que os bancos entendem de relacionamento.

Eles operam através de diversos canais, oferecem vários produtos financeiros e até pagamentos e serviços bancários por smartphones com qualidade e com a certeza da auditoria do BC.

As teles, por outro lado, ainda têm de superar a barreira da qualidade nos serviços, da disponibilidade de rede e da ignorância sobre produtos e serviços bancários antes de assumir responsabilidades novas.

Outro ponto importante que requer adaptação das teles é o que trata da segregação de fundos destinados a pagamentos, empréstimos e recebimento de benefícios.

Esses fundos devem permanecer em contas vinculadas ao uso específico, garantidas por uma instituição financeira, apartados de recursos obtidos por tarifas de telecomunicações.

Por fim, para que as teles possam ser úteis em pagamentos, elas precisam trazer algo disruptivo e altamente conveniente ao consumidor.

Os bancos construíram uma rede de pontos de venda que, segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), atende 720 milhões de cartões, 26% de crédito, 38% de débito e 36% de cartões de loja.

Refazer ou adaptar essa rede é muito custoso.

O cartão é um oponente a ser respeitado por quem queira superá-lo ou ganhar parte de seu "market share" (participação de mercado). Ele é móvel, funciona sem baterias e vai aonde a rede de telefonia móvel está sem serviço.

Além disso, no Brasil ele é bastante seguro e já está na mão dos brasileiros com poder de consumo.

Meios que venham a compartilhar essa rede ou se proponham a criar uma rede alternativa precisam agregar eficiência e segurança, indo além de um SMS ou de um chip como substituto da leitura de um cartão.

MAURICIO GHETLER é consultor da empresa MG Systems Consultoria e Sistemas Ltda.

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