Canteiro de obras de Belo Monte retoma trabalhos

Os trabalhos em um dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foram retomados ontem, após paralisação motivada pela invasão de um grupo de índios no último dia 21.

Os índios deixaram o local na noite de anteontem e cerca de 1.600 funcionários devem voltar hoje ao ritmo normal de trabalho. O sítio Pimental, que ficou parado desde o dia 5, corresponde à casa de força complementar da futura usina hidrelétrica.

Os impactos dessa paralisação ao cronograma da obra estão sendo calculados pelo CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte). Ainda não há uma estimativa de prejuízos.

O objetivo da invasão dos índios foi exigir o cumprimento de contrapartidas previstas na obra. De acordo com a Norte Energia, empresa responsável pela usina, o grupo invasor era formado por cem índios das etnias arara, caiapó, juruna, paracanã e xicrin.

Os indígenas, cujas aldeias ficam na área de influência da obra, apresentaram uma lista de reivindicações, que incluem compra de ônibus, construção de antena de telefonia celular, aulas para habilitação de motorista e pagamentos em dinheiro.

Após reuniões com os índios, a Norte Energia só se comprometeu com a realização de obras já previstas, como a construção de postos de saúde e de escolas.

Sobre os outros pedidos, a empresa prometeu criar um comitê para o acompanhamento das contrapartidas.

A líder indígena Sheyla Juruna disse que a Norte Energia prometeu a cada etnia que avaliará pedidos de compensações materiais e criará um comitê para acompanhar a vazão do rio Xingu, que será diretamente afetado pelas obras.