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Petrobras anuncia 2º reajuste do diesel em menos de 1 mês

Desta vez, no entanto, haverá impacto na bomba; estatal prevê alta de 4%, e sindicato dos postos, de mais de 6%

Governo não pode mais contar com Cide para evitar aumento para o consumidor, pois tributo já foi zerado

DO RIO

A Petrobras anunciou que vai reajustar o preço do diesel em 6% nas refinarias a partir da segunda-feira. É o segundo aumento do produto em menos de um mês e desta vez haverá impacto para o consumidor final.

Segundo a estatal, o reajuste na bomba será de 4%.

O Sincopetro (sindicato dos postos do Estado de SP), no entanto, estima que o aumento para o consumidor vá superar os 6%.

No dia 25 passado, a gasolina foi elevada em 7,83% nas refinarias, e o diesel, em 3,94%. Para evitar impacto para o consumidor e na inflação, o governo zerou a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) que incide sobre os derivados de petróleo.

Segundo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o diesel tem uma participação muito pequena no cálculo do IPCA, índice oficial do governo para medir a inflação. Por isso, segundo ele, não haverá grande impacto na economia.

"A inflação desse aumento virá de forma indireta, no transporte, na produção. Por outro lado também pode inibir um pouco o consumo."

Pires ressaltou que esse é o primeiro aumento do diesel para o consumidor em nove anos. Até então o governo utilizava a Cide para evitar que o reajuste da gasolina e do diesel, geralmente anunciados em conjunto, contagiasse a inflação.

REDUÇÃO NO CAIXA

A Petrobras sofre redução de recursos do seu caixa, cada vez mais pressionado pela necessidade de importação de gasolina e diesel para atender o mercado interno.

A empresa compra a preços internacionais e vende a preços defasados no Brasil.

Segundo Pires, após o aumento, a defasagem em relação aos preços externos gira em torno dos 17% para o diesel e de 14% para a gasolina.

O aumento acontece em um momento em que o preço do petróleo tem registrado queda diante do enfraquecimento da demanda global.

(DENISE LUNA)

Colaborou LUCAS SAMPAIO, de São Paulo

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