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Juro de 8% incentiva busca por aplicação mais ousada e barata

Em cenário de queda das taxas, fundos multimercados ganham preferência do investidor

Essas opções mesclam investimentos em ação, moeda e renda fixa; risco, porém, é bem maior e exige atenção

DE SÃO PAULO

Com o juro básico cada vez menor, agora em 8% ao ano, os investidores acostumados à renda fixa precisam pesquisar aplicações com custos menores para manter a rentabilidade de antes.

Por causa das taxas de administração e do Imposto de Renda, são poucos os fundos de renda fixa atrelados à Selic que pagam hoje, descontados os custos, mais do que a poupança.

Isso ocorre apesar da redução da rentabilidade da caderneta para depósitos feitos a partir de 4 de maio.

A taxa de administração dos fundos é cobrada anualmente e incide sobre todo o patrimônio, não apenas sobre o rendimento. Já o IR é cobrado sobre os ganhos.

O imposto também come boa parte da rentabilidade de outras opções de investimento, como CDB (Certificado de Depósito Bancário) e LFT (Letra Financeira do Tesouro).

SIMULAÇÕES

O quadro ao lado traz simulações de retorno líquido -descontados IR e taxas- de investimento de R$ 10 mil por 12 meses em algumas modalidades de renda fixa.

Dessas, apenas o CDB que paga 85% do CDI (juro dos empréstimos entre bancos) ganha da poupança. Mesmo assim, a diferença é de apenas R$ 2.

"O investidor sempre procura a aplicação mais vantajosa, mas, especialmente para pequenas quantias, é preciso avaliar se a diferença de rendimento entre as alternativas compensa o esforço", diz Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro.

O ganho líquido mensal dos fundos de renda fixa com taxa de administração a partir de 1,5% ao ano sempre perde do oferecido pela poupança, segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Nas alternativas com taxa de 1% ao ano, compensa apenas o retorno das aplicações com mais de dois anos, pois a alíquota de IR a partir desse período é a mínima (15%).

E somente os fundos com taxa de administração de 0,5% ao ano -concedida, normalmente, em aplicações acima de R$ 50 mil- oferecem ganho sempre igual ou superior ao da poupança.

VARIEDADE

Nesse cenário, fundos que já foram pouco populares, como os multimercados, têm sido mais procurados.

Esses fundos mesclam a aplicação em ações, moedas e derivativos (contratos com vencimento futuro), além da renda fixa.

Mas o investidor tem que ficar atento porque esse tipo de investimento traz risco bem maior que o de uma aplicação em renda fixa -é possível perder parte ou todo o valor investido. Por disso, é preciso se informar bem sobre o perfil de papéis em que o fundo aplica.

No primeiro semestre, os multimercados tiveram captação líquida (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 5,9 bilhões, segundo a Anbima, associação de entidades do mercado de capitais.

O volume ainda é menor que o captado pelos fundos DI e de renda fixa, mais conservadores. Mas considerando os primeiros seis meses dos quatro anos anteriores, em que os multimercados tiveram resgate líquido -saques maiores que aplicações-, o desempenho indica maior interesse do público. (CAROLINA MATOS)

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