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Rifles AK-47 viram joias de R$ 300 mil para financiar a destruição de armas

Meta de empreendedor norte-americano é eliminar 1 milhão de armas na África em 7 anos

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Abotoaduras de ouro de um designer suíço e crianças soldados da República Democrática do Congo poderiam ser dois assuntos distantes se não fosse pelo empreendedor social americano Peter Thum.

Ele é cofundador da organização Fonderie 47, que desde novembro vem transformando rifles AK-47 em produtos de luxo de até R$ 300 mil para financiar a destruição das armas na África.

"O nome do rifle tem um significado forte, lembra medo e rebelião. Queríamos pegar essa carga negativa e transformá-la num objeto contra si mesma, numa ideia positiva", disse Thum à Folha num evento em Los Angeles sobre combate de redes ilícitas através de tecnologia, organizado pelo Google.

Desde janeiro, com a venda de brincos, anéis e abotoaduras da Fonderie 47, já foram destruídas 16 mil armas, diz Thum. A missão é atingir 1 milhão nos próximos sete anos e continuar até que acabe a matéria-prima -ou seja, os rifles AK-47 na África.

As peças são assinadas por designers internacionais, como o americano Philip Crangi e o suíço Roland Iten -que assina um par de abotoaduras que viram um bracelete, por R$ 60 mil. Neste ano, a organização começou parcerias com uma fabricante suíça de relógios e com o joalheiro francês James de Givenchy.

Os objetos são feitos nos estúdios dos artistas com materiais nobres, como ouro branco, e pedaços fundidos dos rifles confiscados pelo governo do Congo. Cada peça traz o número de fabricação da arma correspondente.

"Com o dinheiro das vendas e com doações que recebemos, ajudamos organizações que trabalham com programas de destruição de armas, que são recicladas localmente", explicou Thum, citando como exemplo o Mines Advisory Group, com sede no Reino Unido.

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