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O Brasil que mais cresce

Imóvel de luxo custa até R$ 13 mi em Itajaí

Para decorar casas de resorts, 70 lojas chegaram à cidade catarinense em 3 anos; custo para construir dispara

Porto de Navegantes, que fica na outra margem do rio, torna região mais atrativa para empresas

Fotos Adriano Vizoni/Folhapress
Avenida que dá acesso ao porto de Itajaí (ao fundo)
Avenida que dá acesso ao porto de Itajaí (ao fundo)

HELTON SIMÕES GOMES
ENVIADO ESPECIAL A ITAJAÍ E NAVEGANTES (SANTA CATARINA)

A truculência dos caminhões de contêineres contrasta com a sofisticação das lojas de decoração de luxo que proliferam por Itajaí, cidade catarinense que, impulsionada pelo porto, cresceu 700% em dez anos.

Ao lado de Navegantes, a cidade abriga o Complexo de Itajaí, segundo maior porto em movimento de contêineres do país -1 milhão em 2011, atrás apenas de Santos.

O porto representa hoje 60% da economia da cidade e superou a importância da pesca, que há 15 anos era a principal atividade.

A prosperidade de Itajaí, segunda economia de Santa Catarina (atrás de Joinville) e 40ª do país, pode ser vista nos resorts de luxo, nas 70 lojas de decoração e nas concessionárias -a cidade tem dois veículos por habitante.

Entre 2008 e 2011, a área requisitada na prefeitura para construção duplicou e superou 2 milhões de metros quadrados. A consequência foi a alta no custo para erguer uma casa: 130% em três anos.

Só na praia Brava, a mais badalada de Itajaí, três resorts estão em construção. O preço de um imóvel chega a R$ 13 milhões.

A procura é maior que a oferta. Um dos resorts, da incorporadora Taroii, terá 157 imóveis, mas já conta com 300 reservas.

"Esses imóveis são procurados por pessoas que foram morar em Itajaí, têm dinheiro para gastar e não encontravam empreendimentos de alto padrão", diz Carlos Trossini, presidente da Taroii.

CLUSTER LOGÍSTICO

"Hoje o Complexo de Itajaí é um 'cluster' logístico", diz Carlos Bottarelli, conselheiro da Portonave, empresa que, em 2007, construiu o porto na margem esquerda do rio Itajaí-Açu, em Navegantes.

A construção deu fôlego para Itajaí, na outra margem, continuar operando. Além de ter chegado ao limite, o terminal sofre com enchentes em 2008, uma cheia destruiu dois berços de atracação e engoliu 80% da cidade.

O "cluster" é cortado pela recém-duplicada BR-101, cravejada de armazéns, que podem estocar 180 milhões de toneladas. Conta ainda com o aeroporto de Navegantes.

Para Onézio Gonçalves Filho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí, é a boa estrutura logística que atrai as empresas, pois facilita a exportação. Também ajuda a presença da Petrobras, que abre a possibilidade de negócios para o pré-sal.

A BR Foods e a Flora estão no primeiro caso, e a construtora de plataformas de petróleo Exterran, no segundo. A cidade recebeu 33% mais empresas entre 2008 e 2011, quando Navegantes entrou em operação plena e ajudou a puxar a economia de Itajaí.

Uma delas foi a fabricante italiana de iates Azimut, que produziu os barcos de Neymar e de Ivete Sangallo.

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