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Inadimplência derruba o lucro do Itaú

Ganhos recuam 8,3% no 1º trimestre, para R$ 3,3 bilhões, sob influência do calote e da menor demanda por crédito

Reservas do banco para créditos duvidosos crescem 27%; resultado do Bradesco também foi afetado pelo calote

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

O lucro líquido do Itaú Unibanco, maior banco privado do país, encolheu 8,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2011: ficou em R$ 3,3 bilhões.

Os resultados da instituição foram afetados pelo aumento da inadimplência e pela desaceleração da economia -que freia a demanda por crédito-, a exemplo do que ocorreu com o Bradesco, cujos números saíram anteontem.

Já o lucro recorrente do Itaú, que exclui ganhos e perdas extraordinárias, subiu 8,1%, para R$ 3,6 bilhões.

A carteira de crédito do banco aumentou em ritmo menor que no primeiro trimestre: expansão de 14,8% em junho, na comparação com a do mesmo mês de 2011, para R$ 413 bilhões.

Nesse cenário, o banco reduziu a previsão de crescimento da carteira neste ano, de entre 14% e 17% para cerca de 10%. A projeção anterior considerava expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,5%. A atual, alta de 1,9%.

No segundo trimestre, o nicho de empresas foi o que mais contribuiu para a expansão da carteira: avanço de 15,6% em junho relação ao desempenho do mesmo mês de 2011. O segmento de pessoas físicas cresceu 8,4%.

O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 5,2% em junho. Doze meses antes, era de 4,5%.

RESERVA PARA CALOTES

O segmento de pessoas físicas foi o que mais puxou os calotes, enquanto o indicador do nicho de empresas registrou redução.

As reservas do banco para créditos duvidosos somaram R$ 12 bilhões no primeiro semestre, 26,7% superiores às do mesmo período de 2011.

"Embora essas despesas continuem altas, começam a desacelerar na comparação trimestral, o que nos dá uma boa perspectiva", disse Rogério Calderón, diretor corporativo de controladoria e relações com investidores.

Descontadas as recuperações de crédito que devem ocorrer até o fim do ano, a estimativa é que o banco termine 2012 com perda de R$ 18,5 bilhões e R$ 19 bilhões em função da inadimplência.

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