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Vaivém das Commodities MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br Seca nos EUA estimula exportações de milho O Brasil tem tudo para exportar um volume recorde de milho neste ano. Além da superprodução, o país conta com a quebra da safra nos EUA e com o preço alto, que estimula os embarques. Nos 15 primeiros dias úteis deste mês, as exportações atingiram 14 mil toneladas por dia -aumento de 264% em relação a julho de 2011. Em comparação com a média diária de junho, a alta é de 700%, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. A maior procura pelo grão já leva consultorias a rever estimativas para exportação. Se antes a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento, de 12 milhões de toneladas, era otimista demais, agora é considerada factível. O analista Juliano Cunha, da Céleres, ainda estima 11 milhões de toneladas embarcadas neste ano. "Mas tudo indica que esse número deve ser ajustado para cima", diz. Embora o tamanho das perdas nos EUA seja desconhecido, a queda nos embarques norte-americanos é fato. A prioridade será o abastecimento interno, inclusive para a produção de etanol, que deve cumprir metas. Com a atuação mais tímida do maior exportador mundial no exterior, sobrarão poucas alternativas aos importadores: comprar de Argentina, Ucrânia ou Brasil. Como os dois primeiros também tiveram problemas com a seca, limitando a oferta, o milho brasileiro é a bola da vez. "O mundo vai precisar do milho do Brasil", diz Daniele Siqueira, da AgRural. Os números da Secex mostram que a corrida já começou. Além disso, nas últimas duas semanas surgiram rumores de que grandes negócios foram fechados com indústrias de carnes dos EUA -que temem ficar sem milho para ração animal-, para embarque a partir de agosto. Segundo Cunha, 3,5 milhões de toneladas de milho já aguardam a atracação de navios para o embarque. No terminal ferroviário de Alto Taquari (MT), caminhões esperam quatro dias para descarregar o milho nos trens que seguirão até Santos (SP). Além de limitar o potencial de exportação, as filas também encarecem o frete e reduzem o lucro do produtor. - Mobilização Os produtores brasileiros de aves e suínos pedem medidas do Ministério da Agricultura para conter a escalada dos custos de produção e para garantir abastecimento de milho e soja no mercado interno. Reação O governo vai comprar milho para abastecer regiões deficitárias no Sul, no Sudeste e no Nordeste, como parte das medidas de apoio à suinocultura. Extensão Alysson Paolinelli, presidente da Abramilho, diz que a situação preocupa até as indústrias de carnes de Mato Grosso, que querem reter 2 milhões de toneladas para o consumo local. O ministério admite estender a medida para outros Estados. Limite Ontem, a Ubabef (associação dos produtores e exportadores de frango) pediu ao ministério o monitoramento dos níveis de exportação de soja e facilidades para a importação do produto. Mais oferta Para o milho, pedem leilão de estoques reguladores e venda a preços subsidiados às indústrias. Convênio A Embrapa assinou acordo de cooperação com o Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz, das Filipinas, referência na cultura. Será a primeira vez que uma instituição da América Latina trabalha com o centro. Portas abertas A parceria possibilitará que a Embrapa tenha acesso a pesquisas para o desenvolvimento do arroz C4, uma nova variedade que pode ser mais produtiva ou resistente à seca. - DE OLHO NO PREÇO COTAÇÕES
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