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Inadimplência para de subir em junho

Índice de atrasos de mais de 90 dias tem 1ª queda em três meses, mas se mantém no 2º maior nível da história

Resultado é puxado pela primeira redução nos calotes de financiamentos de veículos desde 2010

MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

Apesar de o presidente do BC, Alexandre Tombini, ter comemorado nesta semana a queda do calote em junho, dados divulgados ontem pela instituição apontaram queda de apenas 0,1 ponto percentual na inadimplência.

O atrasos de mais de 90 dias nos empréstimos de consumidores e empresas caiu de 5,9% em maio para 5,8% em junho, ainda o segundo maior patamar da série histórica, iniciada em 2000. Foi a primeira queda em três meses.

A inadimplência das pessoas físicas, especificamente, baixou de 7,9% para 7,8%, refletindo a primeira redução nos calotes dos financiamentos de veículos desde dezembro de 2010. Nas demais linhas, a inadimplência aumentou (cheque especial e aquisição de bens) ou se manteve estável (crédito pessoal).

"O calote se mantém teimosamente em níveis muito elevados", apontou Douglas Uemura, economista da LCA Consultores. "Quando saírem os dados de julho, vamos ter uma ideia melhor da tendência para o resto do ano."

Para o BC, dois fatores explicam os sinais de acomodação da inadimplência: a queda dos juros, que torna as parcelas mais baratas, e o fato de os bancos estarem mais rigorosos ao conceder crédito.

"É uma variação muito pequena, mas um bom sinal. Até porque os atrasos entre 15 e 90 dias, que geralmente dão uma ideia do que ocorrerá no futuro, caíram com mais força", afirmou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

No caso de aquisição de automóveis, salientou, esses atrasos menores se reduziram de 8,5% para 8%. A parcela de atrasos superiores a 90 dias caiu de 6,1% para 6%.

Maciel disse que o endividamento das famílias não é preocupante, pois está relacionado à alta do crédito imobiliário. Em janeiro de 2009, a relação entre o volume total das dívidas das famílias e sua renda anual era de 32,15%, percentual que subiu para 43,3% em abril último.

"Mas, quando se retira o crédito imobiliário desse cálculo, o aumento passa de 27,2% em 2009 para 31,2% neste ano, um avanço bem menor. Ou seja, as pessoas estão trocando o aluguel pela parcela de financiamento, o que é saudável", diz Maciel.

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