Greve impede a divulgação completa de desemprego

Um dos principais indicadores do mercado de trabalho, a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, teve sua divulgação prejudicada ontem por causa da greve dos servidores do instituto, que hoje completa 40 dias.

Sem as informações da região metropolitana do Rio, o instituto não obteve a taxa nacional de desemprego e restringiu a divulgação aos dados das outras cinco regiões da pesquisa -São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.

O movimento fez acender a luz amarela para as outras pesquisas. O presidente em exercício do IBGE, Nuno Bittencourt, não deu garantia de que outras pesquisas não serão prejudicadas pela greve. "Sinceramente, espero que a greve acabe", disse.

Entre os levantamentos próximos, previstos para 8 de agosto, estão INPC e INPC-A (Índice Nacional de Preços ao Consumidor e o Amplo). Eles medem a inflação do país e são usados em contratos de serviços, como reajuste de aluguel de imóveis.

A direção do sindicato dos trabalhadores do IBGE afirmou que as pesquisas sofrerão prejuízo com o andamento da greve. "A paralisação está em cima das unidades de produção", disse a diretora Susana Drumond.

Os servidores reivindicam reajuste imediato de 22% e o fim dos temporários. Hoje, o IBGE tem 6.600 trabalhadores efetivos e 4.100 temporários. Para o sindicato, 60% dos efetivos estão em greve no país. Segundo o IBGE, só 30% aderiram à greve.

A taxa de desemprego em São Paulo foi de 6,5% em junho, o que corresponde a 36 mil pessoas. Como São Paulo tem o maior peso na pesquisa, a taxa indica cenário de estabilidade para o país.

A região metropolitana de Belo Horizonte apresentou queda na taxa de desemprego. As outras três regiões tiveram variação pequena, reforçando uma possível estabilidade do quadro de desemprego, segundo o IBGE.