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Setor automotivo pede prorrogação de desoneração

Presidente da Fenabrave se reúne com representantes do governo e diz que crise da GM é um caso 'pontual'

Fazenda condiciona prorrogação de redução do IPI a compromisso formal de manutenção de empregos no setor

DE BRASÍLIA

Diante da ameaça do governo de suspender a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Flávio Meneghetti, foi a Brasília ontem para solicitar ao governo que mantenha e prorrogue a desoneração, que tem término previsto para 31 de agosto.

Ele se reuniu com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Meneghetti disse que a redução do imposto foi fundamental para reverter a contração nas vendas de automóveis. Segundo ele, as vendas, que estavam em queda até maio, passaram a acumular alta de 1,5% no ano, até julho.

Se antes a previsão da Fenabrave era que 2012 fechasse com um número menor de vendas em relação a 2011, agora a associação projeta uma alta entre 3% e 4%.

"Nós pedimos que fossem mantidas as condições [o corte no IPI], sem prazo", disse.

"Se o setor não tivesse tido esse incentivo, certamente estaríamos com estoques exacerbados, e aí o problema de emprego seria realmente crucial", acrescentou.

O governo ameaça suspender a redução do IPI devido à possibilidade de a GM encerrar linha de produção em São José dos Campos (SP), o que levaria a demissões.

A Anfavea (que representa as montadoras) vai se reunir com o governo na próxima semana para discutir o assunto. Meneghetti disse que o caso da GM é pontual.

"Nós, como a Fenabrave, não temos participação nas decisões. Mas acredito que, num momento desse, obviamente que entendendo a preocupação do país, essas empresas possam reconsiderar uma decisão difícil. Ninguém gosta de demitir", afirmou.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que também participou da reunião, afirmou que Barbosa condicionou a prorrogação da redução do IPI a um compromisso formal de que o setor manterá os empregos.

"A tendência seria obviamente prorrogar, diante da crise. Mas o governo quer aguardar um compromisso formal do setor de que não haverá desemprego."

MOTOS

Na reunião, Meneghetti pediu também incentivos para o segmento de motocicletas, cujas vendas, segundo ele, estão muito fracas devido à escassez de crédito.

Ele solicitou que seja liberada linha de compulsórios (dinheiro dos bancos que fica retido no BC) para elevar os recursos disponíveis para financiar motos -Meneghetti cogita R$ 1,8 bilhão como um valor "interessante".

O presidente da Fenabrave disse que Nelson Barbosa ficou de conversar com o presidente do BC, Alexandre Tombini, sobre o assunto.

(MARIANA SCHREIBER)

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