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Bancos criam produtos e serviços para facilitar gestão

Micros passam de 'patinhos feios' a Vips

JULIANA ELIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De olho num setor que cresce rapidamente, bancos estão criando produtos e serviços específicos para micro, pequenas e médias empresas.

O objetivo é ir além de linhas de financiamento e crédito e passar a dar atendimento especial, consultoria de negócios, ferramentas para acompanhar a gestão e plataformas de venda digital, entre outros.

"Há dez anos, tínhamos um cenário completamente diferente", diz o gerente de mercado e serviços financeiros do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Alvim. "De um lado, as empresas reclamavam da falta de linhas de crédito, e, de outro, os bancos se queixavam da falta de estrutura das pequenas empresas."

Os problemas passavam pelo alto índice de informalidade e insegurança dessas empresas, pela falta de caixa e pela dificuldade em fornecer garantias na tomada de um empréstimo.

CLIENTES EM ASCENSÃO

Muito dessa natureza ainda permanece, mas a relação entre os dois lados evoluiu. Os bancos que abriram mais espaço ao nicho se beneficiam do fato de as empresas menores ganharem com o mercado interno, enquanto as grandes, mais suscetíveis ao mercado externo, bambeiam com a crise internacional.

No Banco do Brasil, por exemplo, são as micro e pequenas que vêm puxando o crescimento da carteira de crédito -até o primeiro trimestre, subiu 24,3% em 12 meses, o dobro dos 12,6% das médias e grandes e dos 13% dos clientes pessoa física.

No Bradesco, que divulgou na semana passada os resultados do segundo trimestre, o movimento é semelhante. A previsão do banco é que o segmento, que vem estabilizando os índices de inadimplência, cresça até 20% neste ano na carteira de crédito.

É uma expansão maior que os 17% das grandes empresas, fatia em que a falta de pontualidade dos pagamentos, por outro lado, subiu.

Os micro e pequenos precisam de mais atenção e orientação financeira, avalia Dário Castro de Araújo, superintendente nacional de MPEs da Caixa Econômica Federal. Essas empresas representam 85% dos clientes jurídicos do banco e responderam por um aumento de 50% na tomada de crédito entre o 2011 e 2012, considerando o primeiro semestre.

"Diferentemente das empresas de grande porte, que apresentam uma forte governança corporativa, as micro e pequenas se preocupam menos e têm menos recursos para isso", diz.

Instituições públicas, como a Caixa, o BB e os regionais Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia, saem na frente com as melhores condições de preços e juros, muitas vezes subsidiados.

Por outro lado, ressalta Alvim, do Sebrae, os bancos privados vêm sendo forçados a correr atrás da concorrência e ganham em agilidade e menos burocracia.

"O mercado está aquecido e a concorrência é forte, o que deixa as condições favoráveis para o cliente", diz Alvim. "O que o pequeno empresário tem de fazer é pesquisar bem todas as opções, antes de contratar qualquer coisa, e usar o poder de barganha que a concorrência aquecida proporciona."

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