Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Petrobras gastará R$ 11,2 bi para aumentar eficiência de campos

'Erro de cálculo' fez empresa aplicar menos em sistemas antigos

DO RIO

A queda brusca na eficiência operacional dos campos mais antigos da bacia de Campos acendeu a luz amarela na Petrobras, que decidiu gastar US$ 5,6 bilhões (cerca de R$ 11,2 bilhões) em um plano de modernização.

Após o auge do desenvolvimento do pré-sal, entre 2008 e 2010, a estatal viu despencar a eficiência dos campos maduros, de 81% em 2010 para 71% no ano seguinte.

A taxa ficou bem abaixo da média de todas as bacias maduras, aquelas em produção há mais de dez anos. A média delas é de 92%, e a da produção total da Petrobras é de 86%. A meta é atingir um índice de 90% até 2016.

A Petrobras diz que um erro de cálculo fez com que a empresa empenhasse menos recursos na modernização dos sistemas mais antigos.

A estatal, no entanto, não confirma que o desenvolvimento do pré-sal tenha atrapalhado a eficiência. A produção dos campos maduros da bacia de Campos chega a 450 mil barris diários, cerca de 25% da produção total.

"Infelizmente não houve planejamento que atendesse à demanda desses campos", disse Solange Guedes, gerente-executiva de Engenharia de Produção da área de Exploração e Produção.

"Mas de forma alguma o pré-sal atrapalhou esse planejamento", disse, durante o detalhamento do Proef (Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos).

Serão adotadas várias medidas, entre elas a aquisição de novos equipamentos e a desobstrução de poços.

Entre os campos incluídos no programa estão Marlim, Albacora e Papa-Terra. Outras áreas de produção importantes da bacia, como Marlin Sul e Roncador, não fazem parte do Proef.

"São campos e plataformas que variam de 13 a 31 anos de operação e que precisam de um investimento maior de modernização. Constatamos agora que o que fizemos à época não foi o suficiente."

A Petrobras calcula que o declínio dos campos mais antigos foi em média de 25 mil barris/dia a cada ano, nos últimos quatro anos.

De acordo com a gerente-executiva, a recuperação dessa produção deve gerar uma receita adicional de cerca de US$ 3,3 bilhões (R$ 6,6 bilhões) por ano até 2016.

"O retorno sobre o investimento em campos maduros é muito mais rápido."

QUEDA NA PRODUÇÃO

No mesmo dia do detalhamento do Proef, a Petrobras divulgou que sua produção atingiu 2,338 milhões de barris de petróleo e gás no Brasil em junho. O volume ficou 1,5% abaixo do verificado um mês antes.

A queda, explicou a empresa, foi motivada por paradas para manutenção nas plataformas P-48 (Caratinga) e P-53 (Marlim Leste), ambas na bacia de Campos.

(LUCAS VETTORAZZO)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.