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Migração das fábricas da GM deve se acentuar

Analistas do setor acreditam que investimentos serão cada vez mais deslocados para outras regiões do país

Com impasse em São José dos Campos, montadora levou para o ABC e o Sul R$ 3 bi e 3.300 empregos

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Para driblar os entraves nas relações trabalhistas em São José dos Campos (SP), a GM (General Motors) deslocou desde 2008 investimentos da ordem de R$ 3 bilhões e cerca de 3.300 empregos para fábricas do ABC paulista e da região Sul do país.

A estratégia de descentralizar os negócios deve se acentuar, segundo especialistas do setor automotivo, com o impasse na unidade do interior paulista.

O mais recente exemplo desse deslocamento de recursos é o que ocorreu em Joinville (SC). Em vez de expandir a unidade que faz motores e componentes no complexo industrial de São José dos Campos, onde funcionam oito fábricas, a montadora investiu R$ 350 milhões na construção de uma nova unidade em Santa Catarina com essa finalidade.

Deve ser inaugurada até o fim do ano e já opera em caráter experimental com 43 funcionários.

"Até o fim do ano devem ocorrer 300 contratações", diz Luiz Moan, diretor de relações institucionais da GM.

PSTU

O executivo se reúne amanhã com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado à central Conlutas (PSTU), na tentativa de encontrar uma saída para impedir o fechamento da fábrica de automóveis no interior.

A Conlutas é formada por sindicalistas que migraram de correntes mais radicais da CUT.

O sindicato afirma estar disposto a negociar com a montadora.

"Se a GM apresentasse qualquer proposta, teríamos de levar para a assembleia. Mas ela quer encerrar a produção em São José para importar da Argentina. Não há radicalismo do sindicato", diz Antonio Ferreira de Barros, presidente da entidade.

"A crise da GM nos EUA, que levou a montadora a pedir concordata, atrasou o lançamento de modelos e afetou os negócios no Brasil. Com isso, a montadora teve de usar unidades mais eficientes, como a de São Caetano, que já foi modernizada, para cortar custos e reestruturar sua produção", diz Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos) e ex-presidente da Ford.

Para modernizar a fábrica de São Caetano, foram investidos R$ 2,65 bilhões.

Em Gravataí, R$ 1,4 bilhão foi aplicado na expansão da unidade da montadora, onde serão produzidos dois novos modelos do chamado projeto Onix -os nomes dos carros não foram divulgados ainda.

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