Vaivém das commodities

Seca pode provocar perda de 85 mi de toneladas na safra de milho dos EUA

As perdas na safra de milho dos Estados Unidos são irreversíveis e os números que serão divulgados pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) na próxima semana vão ficar bem distantes dos da estimativa inicial de 376 milhões de toneladas.

A previsão do mercado é de 291 milhões de toneladas, mas as estimativas mais pessimistas já apontam para apenas 270 milhões. Se confirmado, esse volume será o menor desde os 256 milhões da safra 2003/4.

O cenário para a soja também não é bom, mas ainda é muito difícil uma estimativa para a produção.

As lavouras estão prejudicadas, mas, se houver melhora nas condições climáticas neste mês, a produtividade ainda poderá se recuperar, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.

O problema, segundo ela, é que as indicações são de temperaturas acima do normal e chuvas abaixo da média para este mês.

Uma estimativa bem conservadora indica 80 milhões de toneladas nos EUA, bem abaixo do potencial de 90 milhões iniciais, diz Siqueira.

Alguns analistas, no entanto, não acreditam nesse número e apostam em retração da produção para 70 milhões de toneladas, o menor patamar desde 2003/4.

Essa quebra de safra nos Estados Unidos, após forte recuo também na América do Sul, permitiu a recuperação dos preços, inclusive no mercado brasileiro.

Soja e milho são negociados por valores 21% e 15% superiores aos de há um ano em Chicago. Já em Nova York, as chamadas "soft commodities" (café, açúcar e suco) têm perdas de até 42% nesse mesmo período.

Álcool A safra de cana avança e o álcool anidro e hidratado tem queda de 0,6% nas usinas nesta semana, segundo o Cepea. Nos postos da cidade de São Paulo, o preço ficou estável, mostra pesquisa da Folha.

Volume maior As negociações de produtos agrícolas subiram 36% no mês passado, no mercado futuro, em relação a igual período de 2011. A alta se deve ao aumento de 166% nas negociações de milho.

Financeiro O volume total de contratos negociados na BM&FBovespa subiu para 1,35 milhão no mês passado, com alta de 1,4% em relação a julho de 2011. O volume financeiro caiu para US$ 15,1 bilhões, com recuo de 39% ante 2011.

Boi A oferta de animais dá sinais de escassez, mas os preços não devem subir nos próximos dias devido à escala longa dos frigoríficos. A partir da segunda quinzena deste mês, esse cenário poderá mudar, segundo avaliação da Informa Economics.