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Ganho virá com qualidade e preço, dizem especialistas

Frequências de 700 MHz e 2,5 GHz combinadas dariam reforço à área de cobertura das operadoras de telefonia

Governo também pode leiloar outra faixa, a de 3,5 GHz, que é cara e serviria para atender áreas como estádios

DE BRASÍLIA

O consumidor também deve se beneficiar do duelo entre as teles e empresas que oferecem banda larga.

De acordo com o consultor de telecomunicações Eduardo Tude, o ganho virá, principalmente, da melhoria de cobertura que será puxada pela expansão da rede 4G na faixa de 700 MHz.

"O benefício para o usuário não é tanto a redução de preços, mas a qualidade superior que será oferecida."

Em áreas de grande densidade, como a região central de capitais, as operadoras precisam de maior capacidade de rede para atender a demanda da população, seja no tráfego de voz ou de dados.

Para evitar congestionamentos de rede, seria vantajoso para as operadoras de telefonia trabalhar em frequências diferentes, reforçando a capacidade de cobertura.

"Ter a frequência de 2,5 GHz combinada com a de 700 MHz é uma boa solução para melhorar o serviço."

Já Eduardo Levy, representante das teles e diretor-executivo do Sinditelebrasil, afirma que a redução de preços também será atrativa.

"Essa frequência é a mais adequada, mais simples e exige menos antenas. Portanto, custa menos para as empresas e, consequentemente, será um serviço mais barato para o consumidor", afirmou.

O governo ainda tem na manga a possibilidade de leiloar a frequência de 3,5 GHz, que está sendo discutida há nove anos pela Anatel.

De acordo com a agência, há um grupo de estudos tratando de readequar as condições de uso do espectro, que vai indicar quando será realizado o leilão. A expectativa é que a disputa seja aberta no fim deste ano.

Diferentemente da tecnologia de 700 MHz, que também está sendo analisada por técnicos da agência para viabilizar o uso da frequência para banda larga, a tecnologia de 3,5 GHz é cara.

Combinada com as outras faixas, ela serviria só para dar suporte ao serviço das empresas de telefonia móvel em áreas extremamente demandadas, como nas proximidades de estádios e shoppings.

Para o governo, o interesse por essa opção de frequência existirá em razão de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, em 2014.

IMPASSE

Especialistas acreditam que uma das possíveis soluções para o impasse entre as teles e as emissoras sobre a faixa de 700 MHz está na intervenção prévia do governo.

Ao licitar os lotes, o preço mínimo cobrado poderia ser fixado abaixo do valor real. Em compensação, o governo exigiria das empresas ganhadoras investimentos em projetos da TV digital.

Modelo semelhante foi adotado nos leilões da frequência de 700 MHz nos EUA.

(JULIA BORBA E VALDO CRUZ)

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