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Fabricantes de veículos recuperam ritmo

Embora produção das montadoras ainda esteja menor que no ano passado, julho supera junho e estoque cai

Setor mantém meta de alta de 2% na atividade no total do ano; número é considerado difícil por consultores

GABRIEL BALDOCCHI
DE SÃO PAULO

A retomada da produção de veículos em julho e a expectativa de um agosto recorde no setor levaram a indústria a manter as previsões de crescimento para 2012.

A expectativa, feita no início do ano, é de uma alta de até 5% nas vendas e de 2% na atividade industrial.

Os números reforçam a tese de uma prorrogação do IPI reduzido (Imposto sobre Produtos Industrializados) para além do dia 31, prazo previsto para o encerramento.

Em julho, as vendas alcançaram o segundo melhor marca da história, nível atingido também em junho, o primeiro mês inteiro sob o efeito do benefício.

Os dois meses reverteram o quadro de retração no ano. As vendas agora acumulam uma alta de 1,8% até julho.

A produção, contudo, registra queda de 8,5% no ano, apesar do avanço no mês em relação a junho.

Para chegar à meta prevista pela associação, as montadoras precisariam manter, até o fim do ano, uma média mensal de fabricação cerca de 17% maior que a dos cinco meses finais de 2011.

Consultores ouvidos pela Folha consideram o ritmo improvável.

"Mesmo que o IPI [reduzido] acabe em outubro, a tendência é de alta, mas fechar no positivo acho extremamente difícil", afirma Rodrigo Nishida, da LCA.

A consultoria espera uma redução de 2% na produção. Já os consultores do setor automotivo da Roland Berger projetam estabilidade no ano.

A Anfavea (associação das montadoras) diz que as previsões não consideram a prorrogação do incentivo. A aposta é que a retomada da economia seja capaz de garantir o desempenho estimado.

A associação prevê para agosto o melhor mês da história para produção e vendas.

Se confirmado, o resultado superaria as marcas de agosto de 2011 (326,2 mil unidades) e de dezembro de 2010 (381,6 mil veículos), respectivamente.

Para Luiz Carlos Mello, do Centro de Estudos Automotivos, a manutenção em níveis de 2011 já seria um resultado para "comemorar".

Segundo ele, o desafio agora será garantir estoques capazes de atender a demanda e que o fornecimento de peças acompanhe a retomada.

Os estoques, foco principal dos estímulos, caíram a um nível suficiente para 27 dias de vendas, ante o pico de 43 dias de abril.

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