Diretora afirma a senadores não se lembrar de caso

A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse ontem que "não se lembra" do episódio ocorrido em 2007, na agência, em que um ex-servidor teve acesso ao setor de informações sigilosas do órgão mesmo depois de afastado do cargo. A atual diretora era, na época, responsável pelo setor a que o ex-servidor tinha acesso -a quem cabe autorizar a entrada no local.

"Vou ver o que aconteceu porque minha memória não é tão boa assim. Cinco anos já faz bastante tempo", afirmou durante sabatina na Comissão de Infraestrutura do Senado (CI), que aprovou hoje sua recondução.

Reportagem publicada ontem pela Folha revela que, durante oito meses, o geólogo Paulo de Tarso Araripe continuou tendo acesso ao setor de informações sigilosas da agência -mesmo depois de ter deixado a ANP para ser consultor de uma empresa.

O destino era sempre o mesmo: a Superintendência de Definição de Blocos (SDB), que guarda informações que descrevem o potencial para exploração de petróleo e gás de todos os blocos petrolíferos do país. A superintendência era chefiada por Magda Chambriard -responsável por autorizar o ingresso no setor.

A diretora disse que foi procurada ontem por seu chefe de gabinete, que lhe informou sobre a reportagem. Magda Chambriard se comprometeu a encaminhar formalmente informações à comissão sobre o episódio depois que o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) pediu que ela se explique oficialmente aos senadores.