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Seca faz ONU pedir aos EUA que suspenda sua política de etanol

Preço do milho, usado para produzir álcool, sofre disparada

DE SÃO PAULO

A ONU pediu que o governo dos EUA suspenda imediatamente sua política de produção de etanol. Atualmente, 40% da produção de milho é usada para fazer álcool.

O pedido tem como gatilho a pior seca do país em mais de 50 anos, que provocou perdas nas lavouras e disparada no preço do cereal. Além de pressionado pela ONU, o presidente dos EUA, Barack Obama, é questionado internamente por sua política de estímulo ao etanol.

Com a grave seca e a menor oferta do cereal no mercado, os preços futuros do milho na Bolsa de Chicago atingiram ontem o valor mais alto de todos os tempos.

O Brasil tem se beneficiado da crise. As exportações brasileiras de milho avançaram 528% no mês passado em relação a julho de 2011.

Foi embarcado 1,7 milhão de toneladas em julho deste ano, ante 271 mil toneladas no ano passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

A indústria de carne e animais, que utiliza a commodity para alimentar sua produção, demonstra preocupação com o aumento dos preços. Um grupo de 20 países, incluindo França, Índia e China, manifestou preocupação com a política do etanol.

O brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO (braço de alimentos e agricultura da ONU), foi o responsável pelo pedido aos EUA.

"A suspensão [do etanol] daria algum alívio ao mercado e permitiria que a cultura fosse canalizada para a alimentação", escreveu Graziano em um artigo publicado no jornal "Financial Times".

PERCENTUAL

O diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Allan Kardec, descartou um possível aumento neste ano do volume de etanol misturado à gasolina, hoje em 20%.

Segundo Kardec, apesar da regulação de estoques feita pela ANP, que aumentou a previsibilidade do setor, os produtores trabalham neste ano com previsão de mistura de 20% e não teriam condições de atender a taxa de 25%.

Com o "Financial Times" e o Rio

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