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Com setor desaquecido, Gafisa obtém lucro

Empresa reverte prejuízo com reestruturação, mas tendência é de queda nas vendas

DE SÃO PAULO

Em um cenário de vendas desaquecidas e queda no número de lançamentos imobiliários, a construtora Gafisa anunciou ontem lucro de R$ 1 milhão no segundo trimestre deste ano.

Com o resultado, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 31,8 milhões apresentado no mesmo período do ano passado e superou as expectativas do mercado.

Com o resultado, as ações da empresa se valorizaram em 15,43% na Bolsa.

Segundo a companhia, o desempenho reflete a estratégia adotada a partir do início do ano, quando deu início a uma ampla reestruturação de seus negócios.

A Gafisa enfrentava dificuldades desde a aquisição da construtora Tenda, voltada à habitação popular, em 2008.

A empresa administra também as operações das marcas Gafisa e Alphaville, voltadas à população de maior renda.

Segundo Duílio Calciolari, presidente da Gafisa, a companhia diminuiu o número de lançamentos da Tenda e transferiu a instituições financeiras parte dos financiamentos herdados da construtora popular.

Ao mesmo tempo, acelerou a entrega de projetos em todas as marcas -foram entregues 6.032 unidades, aumento de 38% em relação ao segundo trimestre de 2011.

EXPECTATIVA

Segundo analistas do mercado, o desempenho positivo está relacionado à situação particular da Gafisa, que demonstra estar finalmente saneando os problemas enfrentados nos últimos anos.

A expectativa, porém, é que as demais construtoras apresentem resultados fracos no segundo trimestre, com queda nas vendas e nos lançamentos.

Um dos motivos, segundo os analistas Marco Aurélio Barbosa e Felipe Silveira, da corretora Coinvalores, é a queda na confiança do consumidor na economia.

"A perspectiva sobre a economia é fundamental para quem vai assumir um financiamento de longo prazo e vimos isso diminuir bastante no Brasil nos últimos 12 meses", dizem analistas.

As companhias devem diminuir os lançamentos também devido aos altos estoques. "O esforço de vendas está concentrado nessas unidades", diz Wesley Bernabé, do setor de construção civil do BB Investimentos.

Segundo Bernabé, após o boom de lançamentos em 2010 e em 2011, as empresas passam por ajustes. "Elas estão colocando a casa em ordem." (MARIANNA ARAGÃO)

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