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Empréstimo a pequeno negócio chega a R$ 1 bilhão

Banco do governo de São Paulo fez 290 mil operações de microcrédito

Meta agora é abrir agências em 162 cidades e promover parcerias para estimular exportação

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Depois de chegar hoje a R$ 1 bilhão em empréstimos feitos a microempreendedores, o Banco do Povo Paulista, programa de microcrédito do governo estadual, tem como meta abrir agências em 162 cidades do Estado até 2014 -o que equivale a quase seis unidades por mês.

Em 14 anos, foram feitas 290 mil operações para financiar empreendedores formais ou informais que faturam até R$ 360 mil ao ano em pequenos negócios instalados em 483 municípios do Estado. O valor médio dos financiamentos já chega a R$ 5,2 mil.

"Os juros baixos ainda são o principal atrativo de quem entra na agência em busca de um financiamento para reformar, ampliar ou comprar matéria-prima", afirma Nadia da Costa Teixeira Feitosa, uma das 700 agentes que trabalham no programa, realizado em parceria com prefeituras.

No primeiro semestre deste ano, os recursos emprestados aumentaram 104% em relação a igual período do ano passado. Foram R$ 110,4 milhões ante R$ 54,2 milhões entre janeiro e junho de 2011.

RESULTADOS

Ao ser questionado se R$ 1 bilhão emprestado em 14 anos ainda não é "pouco" diante das necessidades de quem precisa de financiamento no Estado, Antonio Sebastião Teixeira Mendonça, diretor-executivo do banco, rebate: "Entre 2005 e junho deste ano, os desembolsos de microcrédito do BNDES chegaram a R$ 308 milhões. Os do Banco do Povo Paulista somaram R$ 745 milhões no mesmo período."

Números à parte, o técnico reconhece que o programa ainda pode se aperfeiçoar para atender os pequenos empreendedores paulistas.

"Faltam políticas públicas mais agressivas e integradas para apoiar a atividade produtiva no país e processos menos burocráticos para simplificar a vida e o negócio de quem gera renda e emprego no Estado", diz Mendonça.

A taxa de rejeição aos que buscam crédito nas 489 agências do banco é baixa, segundo agentes que trabalham em várias regiões do Estado.

O maior entrave para conceder financiamentos ainda é ter o nome com restrições em cadastros como o do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e o de devedores da Serasa Experian.

Os empréstimos concedidos variam de R$ 200 a R$ 15 mil, com juros de 0,5% ao mês. Dos recursos financeiros necessários para formar um fundo de investimentos em cada cidade que monta uma agência do banco, 90% vêm dos cofres do Estado e 10% das prefeituras.

MELHORIAS

Depois de comparar taxas de bancos privados e públicos, Ocimar Peucci diz ter optado pelo banco em razão das condições de pagamento.

"Existe a facilidade dos juros. Mas ter de indicar um fiador para conseguir um empréstimo de valor modesto é algo que pode ser repensado", diz o dono da rotisserie, que começou fabricando dez quilos de massa por semana e hoje faz entre 350 e 600 quilos. "Os valores poderiam ser avaliados de acordo com as necessidades de cada um."

O advogado Ailton Oliveira financiou R$ 5.000 no banco para poder reformar o imóvel que deu origem à Viciados em Brigadeiro, doceria na região central de São Paulo.

"Estudava abrir algo no aeroporto de Porto Alegre, mas a burocracia e a complexidade da licitação fizeram com que eu e meu sócio mudássemos de ideia."

Um dos desafios do programa agora é promover eventos com entidades como o Sebrae e a Apex (agência de exportação do governo) para ajudar os empreendedores a escoar a produção e a exportar.

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