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Análise

Modelo de prorrogação deixa cliente refém de algumas lojas

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE “VEÍCULOS”

Em março de 2009, o governo pediu contrapartidas à indústria automotiva para prorrogar o prazo de redução do IPI. A principal foi a manutenção dos empregos.

No último dia útil daquele mês, os descontos foram estendidos até junho. No fim, entre mudanças de categoria e de exigências, a medida durou até março de 2010.

A cena se repete agora: a indústria comemora os bons resultados e pede a prorrogação do benefício fiscal, o governo desconversa sobre a possibilidade de manter a redução tributária e o consumidor corre às lojas.

Ao mesmo tempo, fabricantes promovem feirões e usam o fim do prazo de descontos como chamariz. Um novo mês de recorde nas vendas é esperado.

A legitimidade dessas ações é justificada pela necessidade de preservar um setor que responde por cerca de 20% PIB. Porém a forma como são executadas pode prejudicar o consumidor.

Lojas têm cobrado ágio sobre produtos recém-lançados, mesmo os disponíveis para pronta entrega.

Com receio de gastar ainda mais no próximo mês, clientes aceitam e fecham negócios desfavoráveis.

Cabe à indústria e ao governo criar saídas para evitar que medidas de incentivo se tornem armadilhas. A prorrogação é definida com boa antecedência, há tempo para elaborar métodos de implementação mais eficientes.

Por outro lado, a extensão beneficia compradores que ainda não receberam seus carros, pois reduz o risco de o modelo encomendado ser faturado após o término da medida, o que levaria à cobrança integral do IPI.

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