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Fundo ligado a obra ganha apelo após queda do juro

Bancos criam aplicação em infraestrutura com isenção de IR

Investidor deve ficar atento ao risco das obras e à dificuldade para o resgate do dinheiro antes do prazo

TONI SCIARRETTA
MARIA PAULA AUTRAN
DE SÃO PAULO

Em tempos de juro baixo, o investimento em fundos e títulos de dívida vinculados a obras de infraestrutura deve virar alternativa rentável ao investidor pessoa física.

Além de rendimento maior, essas aplicações terão isenção de Imposto de Renda.

A isenção estava prevista há quase dois anos, mas só agora os bancos e as corretoras começaram a estruturar os primeiros fundos de investimento e a venda de títulos para o grande público.

O primeiro fundo será da Caixa Econômica Federal, com previsão de lançamento em setembro e aplicação mínima de R$ 1.000.

O Banco do Brasil e a corretora XP Investimentos também trabalham para oferecer a aplicação a seus clientes.

Isentas, essas aplicações deverão render bastante acima dos fundos DI e de renda fixa, que pagam no mínimo 15% de IR.

Os analistas, porém, afirmam que a rentabilidade elevada tem preço: há risco de execução das obras, o dinheiro deve ficar aplicado por prazos longos e o investidor pode ter dificuldade se quiser resgatar antes do prazo.

"É uma boa ideia se for usado de forma adequada. Esse investidor só vai ganhar dinheiro se esses projetos forem bons", disse César Caselani, professor da FGV-SP.

No fundo da Caixa, deverão entrar as debêntures (títulos de dívida de longo prazo) das concessionárias Rota das Bandeiras (Dom Pedro 1º) e AutoBAn (Anhanguera-Bandeirantes), que financiarão obras nas rodovias paulistas, além de outros quatro projetos em análise pelo governo.

Para ter direito ao benefício fiscal, os projetos precisam de carimbo dos ministérios e os títulos devem ter prazo mínimo de quatro anos.

Segundo Marcos Vasconcelos, vice-presidente da Caixa, o banco trabalha em 40 projetos que podem se qualificar para obter o benefício.

"A ideia é popularizar esse investimento", disse Marcio Percival, presidente da Caixapar. "É um produto que a gente vê com bons olhos", afirmou Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM.

Os bancos querem criar um mercado paralelo para compra e venda de cotas de fundos, que permitam ao investidor resgatar o dinheiro a qualquer momento, mesmo pagando uma penalidade.

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