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Mercado - MPME

Ex-estagiário troca gravata por suco de caixinha

Presente em 3.000 pontos de venda, empresa do bem mira expansão no NE

Marketing e política despojada de trabalho são as principais armas do empresário no setor, dominado por gigantes

Fotos Cecilia Acioli/Folhapress
Marcos Leta, fundador da do bem, empresa de sucos embalados sem açúcar ou aditivos químicos e com sede no Rio
Marcos Leta, fundador da do bem, empresa de sucos embalados sem açúcar ou aditivos químicos e com sede no Rio

VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO

Sucos integrais envazados a vácuo numa caixinha longa vida de cor e ilustração atraentes. Na embalagem, frases indicam a estratégia de marketing para ganhar mercado entre grandes companhias de bebidas, como a Coca-Cola e a Maguary/Dafruta.

Essa é a receita do empresário Marcos Leta, 29, fundador da empresa do bem (em minúsculas, mesmo), fabricante de sucos sem açúcar ou aditivos químicos. Com sede no Rio, é formada por "jovens cansados da mesmice".

Nascida de uma insatisfação com a qualidade das bebidas prontas à base do néctar das frutas, a empresa se associou em 2009 à gigante Tetra Pak e lançou o primeiro suco integral longa vida no país. A inspiração veio de empresas dos EUA e da Europa.

"Comecei a pensar na do bem quando chegava em casa, depois do trabalho, e ia para uma casa de sucos porque não queria tomar aqueles cheios de açúcar, néctar ou reconstituídos. Pesquisei e cheguei ao projeto atual."

Os recursos para o início da empreitada vieram da venda de um apartamento e de um carro, além de empréstimos de amigos e familiares.

Até agora não foi preciso recorrer a bancos para financiar o projeto e sua expansão.

Presente em 3.000 pontos de venda no Sudeste, no Sul e em Brasília, a sucos do bem planeja entrar no Nordeste.

Leta diz que, para a expansão, vai usar 6% do faturamento anual da empresa, sem revelar o valor. A meta é estar em todo o Nordeste até o fim de 2013 e atingir o país inteiro em 2014, com 20 mil pontos de venda.

SEM GRAVATA

Ex-estagiário do banco Votorantim, em São Paulo, Leta abandonou a gravata e a emoldurou. Todo novo funcionário -30 atualmente- é convidado a fazer o mesmo com um objeto de que não gostava no emprego anterior.

No escritório -uma pequena sala de um prédio em Ipanema, zona sul do Rio-, decorado com grama e uma laranjeira sintéticos, há um espaço só para os tais objetos.

Às sextas os funcionários podem ir de sandálias. É o chamado "Havaianas Day".

Para o empresário, o seu maior rival é o refrigerante, pois sucos são subprodutos das grandes companhias.

As frutas usadas nos sucos do bem vêm de 12 fazendas no interior de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Elas são processadas nos locais e o suco é refrigerado e armazenado à vácuo. Na madrugada, um caminhão leva para o envaze, em Guarulhos (SP).

Na fábrica, segundo Leta, o líquido é pasteurizado uma única vez para garantir a qualidade e a pureza, e embalado à vácuo na caixa longa vida. Contra o processo só pesa o prazo de validade menor do que o dos concorrentes: quatro meses.

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folha.com/mpme

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