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'Não seja mau' não era mensagem cínica, diz Edwards

DE SÃO PAULO

Aos 54 anos, há sete fora do Google, Douglas Edwards diz que não relatou maior conflito na empresa em "Estou com Sorte" porque não havia. "Não iria inventar só para vender livro", disse à Folha. Confira os principais trechos da entrevista.

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Folha - Quais são as lições do livro para os empreendedores, para as start-ups hoje?
Douglas Edwards - Primeiro, em termos de desafiar as pessoas com quem você trabalha. Também há lições para quem queira trabalhar numa start-up, em termos de flexibilidade, de ser capaz de se adaptar muito rapidamente a um novo ambiente.
Em particular, para mim, sendo mais velho do que a maioria das pessoas que trabalhavam na empresa e vindo de organizações muito estruturadas, chegar ao Google foi uma grande mudança. O que eu tive de aprender foi recusar o senso comum, "temos de fazer assim porque sempre foi feito assim".
No Google, éramos constantemente desafiados a fazer as coisas de maneira completamente nova.

Seu livro não tem "confissões" que tragam danos ao Google.
Meu propósito foi escrever sobre a minha experiência no Google. No livro, nem sempre concordo com as pessoas com quem trabalho, acho que deixei isso claro, mas não escondi as coisas que vi.
As pessoas com quem trabalhei eram boas pessoas. Eram realmente sinceros no esforço de fazer coisas boas. "Don't be evil" [não seja mau, slogan do Google na época] não era uma mensagem cínica. Eles realmente acreditavam que podiam fazer bem para o mundo.
Não vi sentido em escrever negativamente só para vender mais livros. Algumas pessoas sentem que eu deveria ser muito mais crítico a indivíduos ou personagens. Não foi essa a minha experiência. Eu não iria inventar conflito só para vender livro.

Você detalha por que o Orkut, que se tornaria tão grande no Brasil, não funcionou nos EUA.
O desafio foi que tínhamos um conflito interno sobre como devia ser lançado, com uma visão dizendo ser um experimento, sem reconhecer que era parte do Google.
Ele foi construído sobre uma tecnologia pouco substancial, que não podia lidar com milhões de usuários. Caía e tinha problemas que não permitiam que fosse adotado mais amplamente. Quando foi reconstruído, o momento havia passado.
Mas todos ficamos assombrados com o sucesso no Brasil. Nunca conseguimos uma explicação clara.
Uma especulação era que nos EUA ele era lento, mas no Brasil as conexões de internet já eram mais lentas mesmo, então, a lentidão não era tão notada. (NELSON DE SÁ)

Leia a íntegra
folha.com/no1146031

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