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Governo quer ouvir mais operadoras de aeroportos

Dilma pede mais consultas antes de definir modelo para Galeão e Confins

Estão na mira empresas como a Changi, que atua em Cingapura; primeiras conversas não foram animadoras

VALDO CRUZ
JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma pediu à sua equipe para conversar com pelo menos mais quatro grandes operadoras de aeroportos antes de tomar uma decisão final sobre o modelo de administração a ser adotado no Galeão (RJ) e em Confins (Grande BH).

Entre elas está a Changi, que administra o aeroporto de Cingapura. Podem entrar na lista a ADC (Houston), AENA (Madrid) e Flughafen Munch (Munique). Todas com experiência em aeroportos de pelo menos 35 milhões de passageiros por ano.

As primeiras conversas não foram animadoras. Apenas uma das quatro operadoras consultadas, a espanhola BBA/Ferrovial (aeroporto de Heathrow, Londres), se manifestou interessada num projeto em que ficaria minoritária numa subsidiária da Infraero para administrar Galeão e Confins.

Segundo a Folha apurou, as outras três deixaram claro preferir modelo em que sejam majoritárias no negócio: ADP-Aéroport de Paris (Charles de Gaulle), Schiphol (Amsterdã) e Fraport (Frankfurt).

As reuniões foram realizadas na semana passada na Europa com missões chefiadas pelos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Wagner Bittencourt (Aviação Civil).

A presidente pediu mudanças no modelo a ser adotado no Galeão e em Confins em relação ao adotado em Guarulhos, Viracopos e Brasília, nos quais a Infraero ficou minoritária (49%).

No modelo preferido por Dilma, o governo escolheria um sócio minoritário para a Infraero em sua nova subsidiária, a Infrapar, que seria responsável por Galeão e Confins e ficaria também com as participações minoritárias da estatal nos três aeroportos privatizados no início do ano.

Para convencer as grandes operadoras, o governo oferece ao futuro sócio da Infraero total liberdade para administrar os dois aeroportos.

Nesse novo modelo, a presidente exigiu que seja escolhida operadora com experiência em aeroportos com movimento acima de 35 milhões de passageiros.

Nos leilões de Guarulhos, Viracopos e Brasília, esse número foi fixado em 5 milhões de passageiros por ano, o que permitiu a vitória de operadoras de menor porte, desagradando a presidente.

Ontem, a ministra Gleisi Hoffmann negou que o modelo de concessão não entusiasme o investidor europeu.

"O que percebi é que as pessoas têm muito interesse no Brasil, em investir no Brasil. Nós estamos com as informações e as considerações que eles fizeram, vamos usá-las como subsídio."

A decisão deve ser tomada depois dos contatos do ministro Wagner Bittencourt com as outras operadoras. Sua assessoria confirmou ontem apenas os encontros da semana passada.

E admitiu que serão realizadas conversas com representantes de outras operadoras estrangeiras, citando apenas a Changi.

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