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Chery quer absorver mão de obra da GM

Montadora chinesa estuda contratar os 1.500 funcionários que serão dispensados da concorrente no interior de SP

Asiáticos já acertaram com o Ministério do Trabalho a criação de um cadastro para atrair os interessados

DE BRASÍLIA

A montadora chinesa Chery quer contratar 1.500 trabalhadores que a concorrente GM (General Motors) deve dispensar a partir de novembro na fábrica de São José dos Campos (SP).

Segundo a Folha apurou, o vice-presidente da Chery no Brasil, Du Weigiang, e o ministro do Trabalho, Brizola Neto, negociam a absorção dos demitidos para realocá-los na fábrica que a empresa chinesa está construindo em Jacareí (SP).

A montadora asiática acertou com o Ministério do Trabalho a criação de um cadastro profissional para atrair os metalúrgicos interessados. A partir do cadastro, cujo lançamento está previsto para a segunda semana de outubro, a empresa fará cursos de capacitação técnica com o apoio do ministério.

A GM já comunicou o possível desligamento de 1.840 funcionários, mão de obra considerada excedente pela empresa.

A Chery afirma que será necessária a contratação de 1.200 funcionários na primeira fase de implantação da unidade, prevista para junho de 2013. A previsão é que sejam investidos U$ 400 milhões nessa planta.

A proposta de aproveitar os trabalhadores da GM interessa à Chery, pois a contratação de mão de obra já com experiência reduz, para a empresa, os custos e o tempo de qualificação.

Em outra ponta, mostra como os chineses têm sido agressivos na conquista do mercado brasileiro.

As contratações estão previstas para junho do ano que vem, e o lançamento do primeiro automóvel produzido na planta de Jacareí deve ocorrer em novembro de 2013, segundo informações levadas ao governo.

Após essa data, em uma segunda fase do programa de expansão no Brasil, a montadora prevê a admissão de mais 1.500 trabalhadores, podendo chegar a 4.000 trabalhadores em 2014. Embora a GM tenha anunciado o desligamento de 1.840 trabalhadores, até o momento não houve demissões

Pouco mais de 900 funcionários estão com os contratos suspensos, recebendo Bolsa Qualificação do Ministério do Trabalho.

Nesse regime especial, chamado de "layoff", os trabalhadores são obrigados a ingressar em cursos profissionalizantes. Não há garantia de manutenção dos empregos após esse período, que a GM informa ser novembro.

FAMA

As negociações entre a Chery e o Ministério do Trabalho vêm ocorrendo de forma discreta devido à resistência do sindicato da categoria.

Líderes sindicais teriam reclamado ao governo que a empresa tem "fama" de pagar baixos salários. Para o governo, é necessário primeiramente garantir a recolocação dos trabalhadores.

Segundo a Folha apurou, nos planos iniciais da Chery havia a intenção de trazer da China um alto número de trabalhadores asiáticos, mas o ministério conseguiu limitar a 240 trabalhadores chineses.

(NATUZA NERY E JULIANNA SOFIA)

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