Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Minha história - Mauri Benedito da Silva, 38

Minha mulher tomou as rédeas das contas

Hoje, minha mulher me pergunta: "Quanto é que vou receber neste mês?" Ela é contadora e tomou as rédeas das minhas finanças.

Meus problemas com dívidas começaram há oito anos, quando resolvi comprar um terreno em Joanópolis, no interior de São Paulo. Minha ideia era construir uma casa e me mudar para lá. O problema é que não tinha dinheiro.

Comecei a atrasar parcelas e fui atrás de mais empréstimos para cobrir o rombo.

Conseguia facilmente escapar daquela regra do limite de 30% de renda para pagamento de dívida emprestando em vários bancos.

Acabei pegando R$ 6.000 com um conhecido, pagando juros de 5% ao mês, dando cheques de R$ 800. Usava todo o limite do cheque especial, que os bancos sempre aumentam quando renegociamos as dívidas.

No pior momento, depois de descontadas as dívidas, sobravam R$ 17 do salário. Minha mulher estava grávida e fiquei desesperado por não levar dinheiro para casa.

Nessa época, resolvi engolir o orgulho e contei tudo para a minha mulher.

Começamos pedindo apoio na cooperativa de crédito, mas não consegui todo o dinheiro necessário. No lugar, recebi um valor para quitar as dívidas com juros maiores, como a de 5% do agiota.

Cortamos muita coisa. Por exemplo, deixamos de sair. Quando fazemos um passeio, vamos ao parque e ainda levamos o lanche. Também comecei a fazer muita hora extra. Até hoje faço uma média de 40 horas extras por mês.

E as contas da casa e as minhas ficam todas com a minha mulher. Ela guarda e administra tudo em pastas arrumadinhas.

Hoje, 40% da minha renda vai pagar as dívidas, sendo que antes era 100%. Também já consigo reservar 10% do meu salário para um plano de previdência.

Meu único deslize nesses quatro anos foi comprar um celular sem avisar minha mulher. Ela ficou muito brava, mas só comprei porque o meu anterior havia quebrado.

O importante é que já tenho o nome limpo há dois anos. Isso foi legal não para adquirir mais produtos ou outros empréstimos. Foi uma satisfação pessoal.

Recuperei o humor e não tenho mais as preocupações que me davam tristeza no passado. Até 2015, termino de pagar todas as dívidas.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.