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Metalúrgicos do ABC têm 1ª greve em 7 anos

Trabalhadores da região fazem paralisação em 50 empresas por reajuste similar ao concedido pelas montadoras

Autopeças são as mais afetadas; setor diz que desaceleração da economia só permite conceder a inflação

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Após sete anos sem greve em uma campanha salarial, os metalúrgicos do ABC pararam ontem 50 fábricas de vários setores para pedir reajuste e aumento real.

O sindicato da categoria informou que 80% dos 70 mil funcionários em campanha aderiram ao protesto -eles retornam hoje ao trabalho.

Nas autopeças, a produção parou, segundo informa o setor patronal. Representantes dos demais segmentos não informaram a adesão.

Com a paralisação, o sindicato pressiona autopeças, indústrias de máquinas, eletroeletrônicos, entre outras, a negociar 8% de reajuste (incluindo reposição da inflação e aumento real de 2,51%).

O percentual é o mesmo concedido pelas montadoras, que fecharam em 2011 acordo salarial até 2013.

No ano passado, montadoras e demais segmentos concederam 10% de reajuste (7,36% da inflação e 2,44% de aumento), além de abono.

"Os abonos serão negociados por setor. Mas o reajuste das montadoras pode ser estendido aos demais segmentos", diz Rafael Marques, vice-presidente do sindicato.

Apesar da desaceleração da economia, sindicalistas dizem que vários fatores possibilitam o aumento.

"Além da redução do IPI surtir efeito, as empresas tiveram desoneração da folha de pagamento, redução do custo da energia. O acordo do setor automotivo prevê maior índice de nacionalização, o que gera maior demanda nas autopeças", diz Marques.

"Esse ambiente é favorável ao reajuste maior."

Drausio Rangel, negociador das autopeças, contesta: "Nossa produção não cresceu mais do que 1%. Temos deficit previsto de R$ 4 bilhões no setor. Não há como dar aumento salarial, somente repor a inflação".

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