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Falta de comprador ameaça Cruzeiro do Sul

Quase 90% dos credores aceitam reestruturar dívida, mas ainda não há oferta pelo banco

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Na véspera do prazo dado para evitar a liquidação do Banco Cruzeiro do Sul, os novos administradores conseguiram obter a adesão de quase 90% dos credores nacionais e estrangeiros à proposta de "perdão" médio de 49,3% na dívida do banco.

A reestruturação do Cruzeiro do Sul, no entanto, corre o risco de naufragar se não surgir, hoje, uma oferta de compra do banco.

O fracasso implicará a liquidação do Cruzeiro do Sul, sendo que os credores terão de reclamar na Justiça o pagamento de dívida com o dinheiro da massa falida.

Cinco bancos se credenciaram para analisar os dados estratégicos do Cruzeiro do Sul, mas três desistiram na semana passada por achar o negócio arriscado.

Ontem, o BTG Pactual também teria desistido de fazer uma oferta. Só o Bradesco poderia aderir, segundo fontes.

O principal entrave é a dúvida quanto ao valor de benefício fiscal que poderá ser apurado no caso da compra.

As estimativas iniciais eram de até R$ 1 bilhão em economia de impostos nos próximos anos. O problema é que esse benefício fiscal foi calculado com base em dados que são contestados.

O comprador terá de trazer pelo menos R$ 700 milhões ao Cruzeiro do Sul.

O banco teve um rombo financeiro de R$ 3,1 bilhão, decorrente de mais de 300 mil empréstimos consignados fictícios, maquiagem de balanço, entre outros crimes.

O principal negócio do Cruzeiro do Sul é o crédito consignado, que não interessa mais aos grandes bancos. Além do consignado, o banco tem uma corretora e uma gestora de fundos.

Ontem, as ações do banco subiram 20,62% com o otimismo dos investidores após a adesão dos credores.

Procurados, nenhum dos bancos citados quis comentar o assunto. O Fundo Garantidor preferiu não falar.

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