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Análise

O conjunto de medidas é que fará a diferença para a indústria

JULIO GOMES DE ALMEIDA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Foram muitos anos de descuido quanto ao encarecimento da produção no Brasil, de forma que é difícil e leva tempo trazer a economia de volta a padrões minimamente competitivos.

Tributos elevados e cobrados indevidamente, infraestrutura ruim e energia com custo entre as mais caras do mundo têm que ser revistos.

Não é tarefa fácil porque os recursos envolvidos são volumosos. Considerando o barateamento da energia elétrica e a chamada desoneração da folha, o custo estimado só em 2013 monta a cerca de 0,5% do PIB.

Cada uma dessas medidas melhora a capacidade de concorrência do produto nacional, mas é o conjunto delas, associadas com o incentivo da depreciação acelerada do investimento e ações que ainda estão por vir na área tributária e de infraestrutura, que fará a diferença e ajudará a indústria a sair do mau momento em que se encontra.

O pacote de energia contribui para baixar a inflação e reduzir custos de setores mais intensivos em energia, como alumínio e aço.

Já a desoneração da folha tem largo alcance para a indústria mesmo em setores menos intensivos em trabalho. É muito importante que a contribuição previdenciária, antes cobrada sobre a folha de salários e que a partir de agora incidirá no caso de 40 setores econômicos sobre o faturamento, não descapitalize a previdência social.

Cumprido esse requisito, a medida tornará possível a cobrança da contribuição sobre as importações e a retirada da mesma cobrança sobre as exportações industriais.

Em outras palavras, a desoneração da folha dará maior isonomia entre a produção interna e o produto importado e é sobretudo disto o que a indústria precisa.

JULIO GOMES DE ALMEIDA, 56 anos, é professor do Instituto de Economia da Unicamp.

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