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Greve por reajuste pode parar bancos em todo o país hoje

Caixas eletrônicos continuarão funcionando, inclusive para pagamentos, cujos prazos continuam valendo

Reajuste dos bancários influencia negociações de outras categorias e baliza salários de todo o setor de serviços

TONI SCIARRETTA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Uma das categorias profissionais mais fortes do país, os bancários decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje.

Eles buscam reajuste salarial de 10,25% (5% de aumento real). Os bancos ofereceram até o momento 6% (0,58% acima da inflação).

Durante a greve, os caixas de autoatendimento, os correspondentes bancários e o internet banking vão funcionar normalmente para atender os clientes, inclusive para pagamentos.

Quem tiver conta vencendo durante a greve não fica automaticamente dispensado do pagamento, diz o Procon-SP (veja quadro acima).

Cada concessionária de serviço pode decidir, no entanto, perdoar a multa e os juros de eventuais pagamentos em atraso devido à greve.

QUEDA DE BRAÇO

Os bancos argumentam que não podem oferecer reajuste maior porque o momento é "crítico". O setor viu-se pressionado a abrir mão de parte do lucro para cobrar juros menores e a se adaptar a uma economia ainda fria.

"[O aumento] Ficará um pouco acima da inflação, mas não muito. Não seria num ano como este que daríamos um grande salto", disse Magnus Apostólico, diretor da Febraban (federação dos bancos). Insatisfeitos, os bancários preferiram medir forças com os banqueiros.

"Na mesa de negociação, eles dizem que temos reajuste acima da inflação desde 2004 e que neste ano não darão grandes saltos. Mas a rentabilidade dos bancos continua muito alta, e os juros, os maiores do mundo", afirma Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).

O reajuste dos bancários influencia o de outras categorias com negociação salarial no segundo semestre, como os metalúrgicos, e baliza os ganhos de todo o setor de serviços -um dos que tem maior peso na inflação.

Em 2011, os bancários cruzaram os braços por 21 dias e aceitaram voltar ao trabalho com reajuste de 9% (1,5% acima da inflação). Foi a maior paralisação desde 2004.

Além de aumento real de 5%, os bancários pedem participação nos lucros equivalente a três salários mais R$ 4.961,25, piso salarial do Dieese (R$ 2.416,38), vales alimentação e refeição de R$ 622, entre outros pedidos.

A greve foi definida em assembleias na semana passada, que deram prazo até ontem à noite para receber uma contraproposta.

AUMENTOS REAIS

Segundo o Dieese, 97% das categorias que fecharam acordo no primeiro semestre de 2012 tiveram aumento real. A média de aumento real recebido foi de 2,23%. Foi o melhor resultado das negociações desde 1996.

Segundo o sindicato, o pagamento de bônus a altos executivos dos quatro principais bancos -Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander- cresceu 9,7% entre 2011 e 2012.

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