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Governo injeta recursos para BB e Caixa ampliarem empréstimos

Objetivo é incentivar financiamento de infraestrutura, agronegócio e imóveis para baixa renda

Caixa dará crédito para famílias com renda média de até R$ 1.600; Tesouro subsidia linhas, cobrando juros menores dos bancos

MARIANA SCHREIBER
DE BRASÍLIA
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O governo deu ontem um novo fôlego para os bancos públicos continuarem expandindo a oferta de crédito, especialmente em segmentos carentes de financiamento, como agronegócio, infraestrutura e habitação para a baixa renda.

O Tesouro Nacional foi autorizado a injetar até R$ 21,1 bilhões no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.

Não se trata de uma capitalização comum, em que o governo aumenta sua participação nos bancos estatais. É um crédito com destino específico e sem vencimento que, na prática, melhora a capacidade dos dois bancos de fazer empréstimos.

A Caixa vai receber até R$ 13 bilhões, o que permitirá ao banco estatal fazer até R$ 120 bilhões em novos empréstimos. Neste ano, a Caixa espera fazer R$ 150 bilhões em financiamentos.

Parte dos R$ 13 bilhões repassados à Caixa terão destino carimbado. Até R$ 3,8 bilhões serão utilizados no financiamento de projetos ligados a infraestrutura, como estradas, ferrovias, portos e usinas, entre outros.

Outros R$ 3 bilhões serão emprestados para pessoas físicas com renda familiar mensal de até R$ 1.600, que fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida, comprarem material de construção e de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos.

AGRONEGÓCIO

O Banco do Brasil receberá até R$ 8,1 bilhões que serão totalmente destinados para o setor agropecuário financiar a safra 2012/2013. Trata-se da próxima safra de soja, que deverá ser melhor do que a anterior devido à seca, e que terá preços mais favoráveis.

O banco tem folga maior do que a Caixa para emprestar, mas poderia ter restrições a partir de 2013 quando precisaria de uma nova rodada de capitalização.

Além de não ter um prazo de vencimento, o dinheiro emprestado pela União à Caixa e ao BB tem condições melhores do que as de mercado.

No caso da Caixa, dos R$ 13 bilhões injetados, apenas R$ 6,2 bilhões serão pagos à União corrigidos pelo custo de captação do Tesouro -próximo da Selic, hoje em 7,5%. Os demais R$ 6,8 bilhões terão juros subsidiados com correção compatível com a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 5,5%.

A mesma coisa acontece para o empréstimo ao BB, que será pago com taxa compatível com a TJLP.

Como o empréstimo será pago com taxa menor do que a captada, o prejuízo será bancado pelo Tesouro.

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