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Patriota diz que reclamação dos EUA é 'inaceitável e injustificável' Washington criticou anteontem aumento das tarifas de importação DE BRASÍLIAO ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, elevou o tom das críticas à carta do governo dos Estados Unidos sobre os aumentos de tarifa de importação adotados pelo Brasil. "Nós consideramos [a carta americana] injustificável e inaceitável, tanto no conteúdo como na forma", afirmou ontem o ministro das Relações Exteriores. O documento, assinado pelo embaixador Ron Kirk, cujo cargo equivale ao de ministro do Comércio Exterior nos EUA, foi encaminhado na quarta-feira ao Itamaraty. No texto, Kirk afirma que ações como as adotadas pelo Brasil "têm levado os parceiros comerciais a responderem na mesma moeda". O Itamaraty já havia respondido de forma dura anteontem ao dirigente norte-americano: "Enquanto Vossa Excelência refere-se a medidas compatíveis com as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio] adotadas pelo Brasil, de nossa parte, preocupa-nos a perspectiva de continuação dos subsídios ilegais concedidos à produção agrícola pelos EUA." "DESCABIDA" Ontem, Patriota disse que a resposta do Brasil "mostra como é descabida e incongruente a carta [americana], porque se tem um país que tem se beneficiado da ampliação do mercado brasileiro tem sido os Estados Unidos nos últimos anos." Os EUA são o segundo principal destino de exportações brasileiras, com US$ 18,6 bilhões comprados de janeiro a agosto -produtos industrializados, em boa parte. Os EUA absorveram 11,6% das vendas brasileiras para o exterior de janeiro a agosto. O Brasil é o oitavo país que mais comprou produtos dos EUA em 2012, o equivalente a 2,7% das exportações americanas até julho. O ministro afirmou ainda que esse tipo de manifestação "não é construtiva". Questionado sobre eventuais efeitos práticos sobre as relações comerciais entre Brasil e EUA, Patriota respondeu: "Eu não especularia nada nessa direção. Por enquanto, houve só uma troca de cartas e gostaríamos que ficasse por aqui", disse Patriota. O ministro negou que a divergência seja tratada em viagem da presidente Dilma a Nova York, onde discursará na Assembleia-Geral da ONU, na semana que vem. Segundo ele, o "foro apropriado" para esse debate é a OMC. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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