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'Aluguel de caixas' é vitrine para estreantes

Lojas colaborativas oferecem espaço e estrutura a microempreendedores

Produtos são expostos em caixas, cujo aluguel vai de R$ 90 a R$ 1.200; empresário só precisa ir ao local renovar estoque

FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Enquanto estudava administração, Juliana Muniz, 29, começou a fazer tiaras e presilhas que imitavam flores para as amigas. Logo suas criações começaram a ganhar fama entre amigas de amigas, espalhando a novidade. Veio a ideia: abrir uma loja.

Mas como pagar aluguel, emitir nota fiscal, gastar tempo e dinheiro no local? Juliana tentou vender seus produtos para lojas em shopping, de casa em casa, mas não ficou satisfeita com o retorno.

A solução estava em uma loja repleta de caixas com canecas dentro: a loja colaborativa Endossa, que abria as portas em 2008.

Aos poucos, as canecas com o logotipo da loja deram espaço a outros itens. Hoje, as caixas são alugadas para quem precisa de espaço para expor seus produtos.

Juliana atualmente trabalha no setor administrativo de uma empresa e conseguiu um complemento de cerca de R$ 3.000 por mês com as tiaras da Mundo Maju. De seda ou cetim, elas são feitas em casa, com a ajuda do marido.

Inspirada nas redes sociais e no ambiente de lojas da web, as lojas colaborativas oferecem espaço, estrutura, atendimento e controle do estoque via internet para micro-empreendedores. Para isso, cobram um aluguel que vai de R$ 90 a R$ 1.200.

O empreendedor só precisa ir ao local para renovar o estoque, geralmente uma vez por semana, e pode definir o preço de venda que quiser para os seus produtos.

Na Endossa, 500 marcas aguardam por espaço para serem expostas. Para as caixas maiores, a fila pode demorar até um ano, diz Gustavo Ferriolli, sócio-fundador.

ENDOSSO

Um dos atrativos para o consumidor que vai à loja é a variedade de produtos.

Ferrioli explica que, para estimular a escolha do público sobre os produtos que devem ficar expostos na loja, cada compra funciona como um "endosso".

Uma marca não pode ficar abaixo da meta de vendas por três meses consecutivos.

Andrea Pedrosa, da loja colaborativa Colmeia, diz buscar expositores com itens que estão de acordo com o público de sua região.

Para isso, tem até uma gerente "olheira" que vai a feiras em busca de produtos interessantes.

As clientes também participam da seleção. "Tive de procurar quem vendesse artigos de sex shop porque me pediam", diz.

Já a Cada Qual premia a originalidade do produto, diz Aline Quintão, que conheceu o modelo de lojas colaborativas em Portugal e na Holanda e teve a ideia de reproduzir o negócio com amigos.

Na loja, é possível encontrar produtos inventivos, como bolsas de teclado de computador, carteiras feitas com fita métrica e luminárias de barris de cerveja.

CRESCIMENTO

As lojas colaborativas abriram uma possibilidade de crescimento para Jéssica Rampazzo, 23, da marca Maria Melancia. Ela aprendeu a fazer bolsas e camisetas na internet e hoje trabalha em casa, junto com a mãe.

Há um ano e meio em lojas colaborativas, Jéssica se prepara para abrir sua própria loja, em Mauá, na grande São Paulo, com um ateliê nos fundos. Ela pretende, no entanto, continuar reabastecendo as caixas.

Marília Mori, 26, da Mobu Acessórios, faz acessórios em MDF para vender em feiras nos finais de semana. Há dois meses, conseguiu colocar produtos na Colmeia. "Antes, as peças ficavam paradas em casa. Agora, vendo todos os dias", afirma.

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