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Juros caem a piso histórico e banco busca receita em tarifas e serviços

Instituições financeiras chegam a elevar preço de tarifas isoladas em até 526% neste ano

Para especialistas, bancos terão de ampliar o volume de financiamentos para diluir impacto de custos

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Os juros cobrados dos consumidores desceram em agosto para o menor patamar da história, estreitando os ganhos com os empréstimos e forçando os bancos a buscarem novas fontes de receita.

Para manter os ganhos, as instituições apostam na prestação de serviço, na venda de produtos (consórcio, seguros, previdência etc.) e na cobrança de tarifas, que chegaram a subir até 526,1% em 2012.

As taxas de juros cobradas de consumidores e empresas caíram na média 0,6 ponto percentual no mês passado, para 30,1% ao ano, menor patamar da série iniciada em 2000 pelo BC. É quase dez pontos percentuais menor do que há um ano. No período, os juros do governo (Selic) desceram de 12,5% para 7,5%.

O chamado "spread", diferença entre quanto o banco paga ao investidor e empresta ao cliente, desceu a 22,5 pontos percentuais e está perto dos 22,3 pontos de dezembro de 2007, piso histórico.

A nova realidade obriga os bancos a ampliar o volume dos financiamentos, controlar melhor a inadimplência, e diluir os custos fixos, como ocorreu nos países maduros.

"É fato que a rentabilidade vai cair, mas ainda é muito alta. O banco vai ter de investir em tecnologia, apostar na bancarização, e deixar de ganhar muito com poucos clientes para ganhar pouco com muitos clientes", disse Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac (associação dos executivos de finanças).

Segundo a Federação Nacional dos Bancos, os gastos com pessoal representam 60% dos custos administrativos. Nesta semana, os bancos aceitaram dar aumento de 7,5% (2,02% acima da inflação) aos bancários após nove dias de greve.

"Essa redução [dos juros] em agosto foi muito expressiva. Nossa avaliação é que a taxa de juros tem caído de forma expressiva e continua caindo", disse o chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

TARIFAS

Levantamento da Folha mostra que houve forte aumento de tarifas isoladas neste ano. É o caso da tarifa de oposição/sustação de pagamento de cheque do Itaú, que saltou de R$ 11,50 para R$ 72. Na Caixa, houve aumento de R$ 1,80 para R$ 5 para sustar protesto. O Santander elevou de R$ 60 para R$ 150 o serviço de câmbio simplificado. No Bradesco, o pagamento de conta usando a função crédito saltou de R$ 7,90 para R$ 15. O BB subiu o custo da listagem de título de R$ 6,60 para R$ 10.

(MARIANA SCHREIBER, TONI SCIARRETTA E MARCELO SOARES)

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