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País é o mais afetado por travas argentinas, afirma economista

Para especialista, protecionismo do governo Cristina desgasta Mercosul e faz vizinhos adotarem ações similares

Colômbia e Peru são beneficiados porque recebem investimentos que anteriormente iriam para a Argentina

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O Brasil é o principal afetado pelas medidas protecionistas argentinas, diz o economista Marcelo Elizondo, diretor da consultoria Desarrollo de Negocios Internacionales e da Escola Internacional de Negócios da Universidade de Ciencias Empresariais e Sociais.

Leia, abaixo, trechos da entrevista que o economista deu à Folha, em seu escritório, em Buenos Aires.

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Folha - Qual é o país mais prejudicado pelas travas às importações implementadas pelo governo argentino?

Marcelo Elizondo - Sem dúvida é o Brasil. Se não fosse pelo Brasil, as importações argentinas teriam crescido. As compras do Brasil correspondem a mais de 80% das importações argentinas. Por isso, as barreiras naturalmente afetam aquele que é o nosso maior sócio.

As travas estão tendo resultado favorável para a Argentina?

Estão tendo os resultados que o governo espera, que é o de manter a balança comercial superavitária em US$ 10 bilhões. Porém, não é uma solução para melhorar o nível de crescimento do país nem para combater a inflação ou evitar o estancamento.

O comportamento argentino prejudica o Mercosul?

Sim, o bloco é um grande afetado, porque as medidas puseram em marcha a adoção de várias políticas protecionistas dos outros países. Está provocando um desgaste do Mercosul.

Que países estão tirando vantagem dessa situação?

As economias da América Latina que destacam hoje hoje são a Colômbia e o Peru. Com um cenário de crescimento econômico e de estabilidade política, eles estão chamando muitos investidores que antes viriam naturalmente para a Argentina.

Como os empresários brasileiros deveriam reagir?

Vejo muita bronca dos empresários brasileiros, mas também uma reação muito prática. Acho que, se fosse sinalizado de forma mais clara como poderiam passar a comprar mais da Argentina para equilibrar a balança, o fariam. O problema é que os produtos argentinos ficaram caros para o Brasil depois da desvalorização do real.

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