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Investimento fraco cria dúvidas para 2013

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

A produção da indústria em agosto, divulgada ontem, mostra que a recuperação da economia já está em curso. Mas o ritmo dos investimentos coloca em dúvida a capacidade de manutenção de um crescimento mais forte a partir do ano que vem.

Segundo o IBGE, a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) cresceu só 0,3% em agosto ante julho. Embora seja o terceiro mês positivo, a produção está 13% abaixo da de agosto do ano passado.

A produção de bens capital caiu principalmente nas fábricas que atendem a construção civil (-39% ante agosto do ano passado) e a indústria (-9,3%).

Os setores estão no centro da estratégia do governo para impulsionar a economia.

Só a produção de máquinas para o setor agrícola, que prepara o plantio da safra de grãos do ano que vem, tem resultado positivo: subiu 0,4% ante agosto de 2011.

"O baixo investimento ainda é um dos grandes empecilhos para o crescimento maior em 2013", afirma Sérgio Vale, da MB Associados.

Para ele, além das incertezas com os EUA e Europa, empresários esperam definições nos contratos de concessão anunciados pelo governo para aumentar o investimento.

"Neste cenário, o investimento depende do mercado de consumo interno, que vai crescer, mas não sustenta taxas elevadas de expansão do investimento", afirma.

Mesmo com o resultado positivo da indústria em agosto, analistas não alteraram a projeção de crescimento para este ano, em torno de 1,5%. A venda recorde de veículos em agosto já sugeria recuperação da indústria e garantirá crescimento maior da economia no terceiro trimestre.

Apesar de um segundo semestre mais forte, o crescimento do ano está comprometido. Projeção da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), divulgada ontem, mostra expansão de 1,6% do Brasil em 2012. Se confirmado, será o segundo pior resultado entre 20 países da América Latina, só atrás do Paraguai (-1,5%).

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a indústria teve "bom resultado": "Deixamos para trás o período de crescimento fraco. Agora, o crescimento começa a acelerar e vai nessa direção até o final do ano", afirmou.

Colaborou MARIANA SCHREIBER, de Brasília

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