É 'natural' entrada de grupos no país, diz 'FT'

O "Financial Times" lançou ontem sua edição impressa no Brasil, com uma página de entrevista com a presidente Dilma Rousseff e um caderno especial sobre o mercado de capitais no país.

O presidente-executivo do jornal britânico, John Ridding, falou à Folha que a desaceleração recente do país não afeta seus planos. Ele vê "tendências mais profundas" de crescimento, com o Brasil "singularmente bem situado: um dos Brics, democracia no lugar, classe média emergente, recursos naturais".

Também não vê problemas na troca de comando do grupo Pearson, que controla o "FT", anunciada ontem. "A estratégia da Pearson e a estratégia do 'FT' há muito tempo tem sido voltada à expansão global, e não haverá mudança nessa estratégia."

Abaixo, outros trechos da entrevista na BM&FBovespa.

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Folha - O "FT" não é a única grande organização de mídia vindo para o Brasil. O "New York Times" estuda lançar um site em português e seu presidente também vem...

John Ridding - Arthur? [Sulzberger Jr.].

Sim, ele estará aqui na semana que vem.

(ri) Eu sei. Diga a ele que o venci por um mês. (ri) Chegamos primeiro.

E ontem o "NYT" também lançou um web app, em HTML5, como o "FT".

(ri) Sim, nós os vencemos nisso também.

Você vê o "NYT" como um concorrente aqui por publicidade ou influência?

Na verdade, não. Tenho muito respeito pelo "NYT". Somos diferentes, uma publicação especializada de negócios. Somos muito focados no nosso mercado, que são os empresários e executivos com mentalidade internacional. O "NYT" tem papel e propósito um pouco diferentes.

E eu acho que tem bastante espaço. O Brasil é uma economia e uma sociedade incrivelmente grande e dinâmica, que está se tornando cada vez mais envolvida no front internacional. É natural, na verdade, que outros grandes grupos de mídia se expandam aqui.

Rupert Murdoch estaria tentando entrar no mercado brasileiro de TV, numa rede.

Verdade?

Você vê a News Corp. aqui como um concorrente?

Eu não sei o que eles estão pensando ou planejando.