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Minha Casa financiará imóvel até R$ 190 mil

Conselho curador do FGTS reduz juros e reajusta faixa de renda com direito a participar do programa do governo

Mudança não atende lobby das construtoras, que querem ampliar programa para a classe média urbana

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Às vésperas das eleições municipais, o governo anunciou que gastará R$ 1,4 bilhão a mais do que o previsto para beneficiar, até o final de 2013, famílias de baixa renda que comprarem imóveis dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.

O programa vai financiar imóveis de até R$ 190 mil nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Brasília, cidades que tiveram forte aumento no preços das casas e já não atendiam a classe média com o teto de R$ 170 mil.

A mudança, que vale a partir de novembro, foi aprovada ontem pelo conselho curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que reajustou também os valores de subsídios e das faixas de renda que têm direito a participar do programa.

Serão beneficiadas as famílias que ganham até R$ 5.000 e se enquadram nas regras do programa.

Segundo o ministro Brizola Neto (Trabalho), não há motivos políticos para o reajuste nos subsídios. "Estamos fazendo reajustes dos valores. Não há nenhuma medida eleitoreira."

Além do teto maior dos imóveis, o conselho elevou de R$ 3.100 para R$ 3.275 o limite de renda mensal das famílias que têm direito a um subsídio importante na compra de imóveis.

Também foi reajustado de R$ 23 mil para R$ 25 mil o valor máximo desse subsídio.

O reajuste de valores ficou abaixo da expectativa das construtoras, que queriam levar o programa mais próximo da classe média urbana com renda familiar mensal superior a R$ 5.000 mensais.

Esse é o teto de renda das famílias com direito a participar do programa, que continua o mesmo.

Dos R$ 67,4 bilhões de financiamentos aprovados na segunda fase do programa, 67,7% se concentram entre as famílias com renda entre R$ 1.601 e R$ 3.275 (faixa 2).

Outros 20,9% são para famílias com renda abaixo de R$ 1.600 (faixa 1) e só 11,4% para as com renda entre R$ 3.276 e R$ 5.000 (faixa 3).

"Foi um passo importante para este momento. A classe média está evoluindo e aumentando o nível de renda. O canal continua aberto para que daqui a algum tempo possamos aperfeiçoar o programa", disse João Crestana, ex-presidente do Secovi (Sindicato da Construção Civil).

JUROS MENORES

Para as famílias de maior renda (R$ 3.275 a R$ 5.000), o conselho aprovou a redução da taxa de juros de 8,16% para 7,16% mais TR.

Essa faixa de renda quase não tem mais subsídio no Minha Casa, Minha Vida e já estava com as taxas de juros desatualizadas em relação às condições de mercado. O principal benefício é não pagar pelo seguro atrelado ao financiamento.

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