Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cotas dividem destino de carro asiático importado

Novo regime limita a Kia, da Coreia, e favorece as chinesas Jac e Chery

Em um mês, coreana já estoura teto anual; rivais da China têm folga maior porque anunciaram abrir fábricas no Brasil

Eduardo Anizelli/Folhapress
Fachada de concessionária da Kia na região central de SP
Fachada de concessionária da Kia na região central de SP

GABRIEL BALDOCCHI
DE SÃO PAULO

Em um mês de vendas, a sul-coreana Kia já estoura o limite anual estabelecido pelo governo para importação de veículos sem o adicional de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

O novo regime automotivo, divulgado na quinta, estipulou uma cota isenta da tributação maior para marcas sem fábrica no país e sem intenção de produzir localmente.

O cálculo é feito com base nas importações de 2009 a 2011, mas está limitado a 4.800 unidades por ano.

A coreana é a importadora de maior volume em atuação no país, responsável por 32% dos veículos trazidos do exterior, sem considerar os modelos vindos do Mercosul e do México, com regras diferentes de tributação.

Em 2011, antes da adoção do adicional tributário para os importados, essa fatia era de 38,7% e o volume mensal de emplacamentos ficava próximo de 6.400 unidades.

A alta do IPI pesou sobre as vendas deste ano, que caíram quase pela metade.

A expectativa de que o governo criasse as cotas dava confiança aos importadores, mas os limites anunciados pelo governo desanimou uma parte deles.

O horizonte de vigência da restrição -o regime vale até 2017- complica as operações da Kia no país.

Com faturamento aproximado de R$ 5 bilhões, a coreana tem hoje 172 concessionárias e cerca de 8.000 funcionários no Brasil.

Até agora, diferente de outros importadores, a empresa ainda não falou em produzir no país. Procurada, a Kia não quis comentar.

CHINESAS

Em seguida na ordem de volume de vendas de importados, JAC e Chery vivem outro momento. Com mais de 20 mil unidades emplacadas em 2011, elas comemoraram o novo regime.

As duas já haviam anunciado fábricas e, portanto, poderão usar uma cota extra, incluída no regime, equivalente a 50% da capacidade de produção futura no Brasil, de 100 mil e até 150 mil unidades, respectivamente.

As marcas de alto luxo, como Ferrari e Maserati, pouco devem ser afetadas pelas cotas. Há também um grupo intermediário (Volvo, Audi etc.), para o qual a restrição terá impacto, mas parcial.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.