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Dividido, Copom faz o décimo corte seguido na taxa de juros

Selic passa de 7,5% a 7,25%, decisão aprovada por 5 votos contra 3; nota fala em taxa estável

Juros reais, sem a inflação, caem a 1,70% ao ano, menor número em 30 anos; crise global justificou nova redução

DE BRASÍLIA

Na primeira decisão dividida desde março, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central cortou ontem pela décima vez consecutiva os juros, levando a taxa básica (Selic) a 7,25% ao ano, o novo menor patamar da série histórica.

O comunicado da decisão indica que este pode ser o último corte do ciclo iniciado em agosto de 2011 quando a taxa estava em 12,5% ao ano.

"Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear", diz o texto da nota.

OS PRÓS E OS CONTRA

Desde maio, o Copom passou a ser obrigado a divulgar os votos dos diretores.

Votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Luiz Awazu e Luiz Feltrim. Já Anthero Meirelles, Carlos Hamilton e Sidnei Corrêa Marques defenderam a manutenção da Selic.

Economistas estavam divididos nas previsões sobre a taxa de juros, embora operações no mercado futuro já apostassem na baixa.

Apesar de ter promovido mais uma redução, o BC diminuiu a intensidade do corte, que havia sido de meio ponto percentual na reunião de agosto do Copom (Comitê de Política Monetária do BC).

O motivo da parcimônia é a preocupação com uma aceleração muito intensa do crescimento que possa pressionar demais a inflação.

As projeções da autoridade monetária divulgadas no mês passado mostram que a inflação deve ficar acima de 5% em quase todo o governo de Dilma Rousseff, até 2014.

A meta que o BC persegue é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo.

Em termos reais (ou seja descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses), a Selic está em 1,7%, a menor em três décadas.

Os efeitos desses cortes na economia costumam demorar, mas estão mais atrasados que o normal por causa da incerteza gerada pelo crise externa e do endividamento das famílias brasileiras.

Apesar disso, o BC acredita que já foi dada uma boa dose de estímulo monetário e que os efeitos da Selic menor serão sentidos com mais intensidade neste fim de ano e ao longo de 2013.

A projeção do mercado é que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil crescerá 1,6% neste ano e 4% em 2013.

(MARIANA SCHREIBER)

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