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Indústria cresce mas não amplia as vagas

Mesmo com alta na produção, quadro de funcionários e número de horas pagas estagnam

PEDRO SOARES
DO RIO

Apesar de a produção industrial ter registrado crescimento nos três últimos meses, o emprego no setor não acompanhou esse ritmo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de julho e agosto sinalizam o "estancamento" do movimento de demissões no setor, mas não um aumento nas contratações.

O total de empregos industriais no país caiu 0,1% em agosto em relação a julho -quando havia subido 0,2%.

"O saldo dos dois meses apontou uma alta de 0,1%. Não podemos chamar isso de crescimento, mas o resultado mostra que o emprego está estável e estancou as quedas dos meses anteriores", diz Fernando Abritta, economista do IBGE.

EMPREGO OSCILANTE

Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o emprego "oscilou" numa "provável trajetória" positiva à vista.

"Um curso favorável do emprego industrial nos próximos meses se mantém como possível dada a retomada da produção da indústria", afirma a entidade setorial.

Apesar da aparente interrupção das demissões, a indústria não deu sinais claros ainda que voltará a contratar com intensidade nos próximos meses.

Indicador que antecipa admissões no futuro, o número de horas pagas voltadas à produção ficou estável em agosto, após subir 0,3% em junho na comparação com o mês anterior.

Só depois de usar a carga horária máxima de seus empregados com as horas extras é que as empresas pensam em contratar.

Ou seja, primeiro, as horas pagas sobem com força, antes do pessoal ocupado.

PERDA PERSISTENTE

A indústria está longe de zerar as perdas no que tange ao emprego.

De março a junho (período de forte retração da produção e de pico do impacto no emprego), o número de pessoas ocupadas caiu 1,2% em relação a meses anteriores.

Ou seja, a trajetória de estabilidade recente do emprego, puxada pela melhora do ritmo de produção desde junho, não foi capaz ainda de inverter a tendência de queda do emprego.

Na comparação com agosto de 2011, a retração dos postos de trabalho foi de 2% no mesmo mês deste ano.

"Os empresários esperavam uma recuperação na indústria no segundo semestre, o que, de fato, começou a ocorrer", afirma Abritta.

"Isso pode ter segurado demissões, mas o emprego sempre reage de modo defasado ao nível de produção, tanto para baixo como para cima", complementa.

No período entre junho e agosto desde ano, que marcou a retomada, a produção da indústria somou alta de 2,3%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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