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Barreira a vinho estrangeiro pode ser negada pelo governo Técnicos não veem base para criar a medida, mas decisão pode ser política Indústria nacional da bebida enfrenta um grande prejuízo, segundo presidente de entidade do setor RENATA AGOSTINIDE BRASÍLIA O pedido dos produtores de vinho para que o Brasil adote medidas de proteção à produção brasileira, feito por empresários do setor ao Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), corre o risco de ser negado pelo governo. Segundo a Folha apurou, a equipe técnica do ministério não encontrou argumentos técnicos suficientes para a aplicação da medida de salvaguarda. A medida, prevista pela OMC (Organização Mundial do Comércio), pode ser aplicada com a criação de um limite de importação ou pelo aumento do imposto sobre o produto estrangeiro. A investigação começou em março. A avaliação até o momento é de que não há base para a implantação de defesa comercial. Mas a decisão pode ser "política", afirmou uma fonte do ministério. O diretor do Decom (Departamento de Defesa Comercial), Felipe Hees, que conduziu o caso, confirmou que a investigação está concluída, mas não quis comentar o parecer final. MEDIDA FORTE A salvaguarda é a medida mais forte que um país pode tomar, já que não se trata de uma reação a práticas comerciais ilegais de outros países, como ações antidumping. Ao aplicá-la, o país decide proteger um setor com baixa competitividade, na esperança de que ele se desenvolva durante o período em que as regras de defesa valerão. O consumo de vinho pelo brasileiro aumentou 34% de 2006 a 2011. Embora as vendas do produto nacional também tenham crescido no período, o avanço não foi igual ao da bebida estrangeira. "Estamos tendo grande prejuízo", afirma Henrique Benedetti, presidente da Uvibra (União Brasileira da Vitivinicultura). O parecer do Decom serve de base para a decisão da Camex (Câmara de Comércio Exterior), órgão que reúne nove ministros e tem a palavra final sobre a adoção de medidas de defesa comercial. A discussão acontece no momento em que o país é criticado pelo aumento de medidas protecionistas. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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