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Azul aposta em 11 novas cidades para crescer

Empresa amplia voos para cidades com mais de 250 mil moradores em 2013, mas prevê terminar 2012 com prejuízo

Presidente da aérea não vê perspectivas de aumentar presença em Congonhas, dominado pela TAM e pela Gol

Regis Filho - 28.mai.2012/"Valor"
Os presidentes da Azul, David Neeleman (à esq.), e da Trip, José Mario Caprioli, durante o anúncio da fusão das empresas
Os presidentes da Azul, David Neeleman (à esq.), e da Trip, José Mario Caprioli, durante o anúncio da fusão das empresas

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Azul pretende entrar em 11 novas cidades em 2013, ampliando a malha para 111 destinos. "São todas cidades com mais de 250 mil pessoas, no Norte e no Sul do país", disse o presidente da empresa, David Neeleman.

Ele revela apenas o nome de uma: Passo Fundo (RS).

Uma das razões para não divulgar os outros nomes é evitar o assédio de prefeitos.

"Tivemos um problema em Cascavel [PR]. Cancelamos voos por uns dias para ajustar a operação depois de um incidente, e a pressão para retomar o voo foi enorme."

Assim como em Cascavel, o grupo Azul/Trip opera sozinho em outras 42 cidades, de um total de 100 destinos. A TAM voa para 42 cidades, e a Gol, para 48.

A ampliação de voos da Azul acontece ao mesmo tempo em que TAM e Gol enxugam a oferta de assentos para estancar prejuízos.

Mas ela também prevê encerrar o ano com perdas, devido à combinação de baixo crescimento da economia, real valorizado, alta do combustível e aumento de tarifas aeroportuárias.

Neeleman diz que o impacto para a Azul dos aumentos praticados pelo governo para o setor é de R$ 160 milhões. Metade é relativo às tarifas de tráfego aéreo, e a outra metade, à nova taxa de conexão.

Para o ano que vem, novos aumentos previstos pela Aeronáutica custarão mais R$ 150 milhões à companhia.

"Vamos economizar R$ 50 milhões com a medida de desoneração da folha de pagamento, mas os custos aumentarão em R$ 310 milhões."

Neeleman diz que a associação com a Trip ajudará a melhorar a situação financeira da empresa. "Teremos uma economia de custos de R$ 150 milhões ao ano a partir do primeiro trimestre de 2013", diz.

"Do lado da receita, esperamos aumento de R$ 150 milhões a R$ 300 milhões/ano."

Com aviões de menor porte do que os de Gol e TAM, Azul e Trip detêm 14% do mercado, mas operam 30% dos pousos e decolagens realizados no país.

"Há uma forte pressão para que a gente voe para mais locais, mas é preciso melhorar a infraestrutura."

As duas empresas, que se associaram em maio, passarão a operar em regime de voos compartilhados a partir de 2 de dezembro, quando a marca Trip deixará de existir.

Hoje já é possível comprar passagens da Trip pelo site da Azul, mas, a partir de dezembro, quem entrar no site da Trip será automaticamente direcionado para o da Azul.

Neeleman diz que gostaria de operar em Congonhas, dominado pela Gol e pela TAM, mas não vê perspectivas de ampliação da capacidade.

"Eu gostaria, mas, se não tem jeito, vamos crescer nas cidades onde não têm serviço hoje. Prefiro ter 90% de Viracopos [Campinas] a ter só 5% de Congonhas."

Por conta da associação com a Trip, que tem presença tímida em Congonhas, a Azul vai estrear na ponte aérea no mês que vem, com quatro voos por dia.

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