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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Com baixa oferta e demanda em alta, preço do feijão volta a subir

Após um período de calmaria na primeira quinzena do mês, o preço do feijão volta a subir. A oferta continua reduzida e a demanda cresce. A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba.

Umas das apostas de Brandalizze para a sustentação dos preços é o crescimento do consumo de alimentos básicos. Esse crescimento ocorre em razão do aumento do endividamento da população, o que obriga o consumidor a reduzir o consumo de produtos de maior valor agregado, elevando o de itens de menor valor. Com isso, a opção passa a ser mais feijão e arroz.

Brandalizze diz que há um aperto na oferta de feijão porque a safra chegou mais tarde devido à ocorrência de geada na região Sul. Além disso, a oferta foi menor também em Minas Gerais, onde os estoques já são escassos.

A oferta de feijão é menor também no Nordeste, onde a produção foi uma das menores nos últimos anos, segundo Brandalizze. Essa queda ocorre devido à prolongada seca na região.

Boa parte dos produtores que se arriscaram a semear a leguminosa perdeu a semente devido à falta de chuva. As grandes perdas de produção no Nordeste ocorreram em regiões tradicionais de produção, como a de Irecê, na Bahia.

Os dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam uma produção de 3,31 milhões de toneladas na safra 2012/13. Se confirmado, esse volume superará em 14% o de 2011/12.

Na avaliação desse órgão, o consumo se manterá próximo de 3,5 milhões de toneladas, enquanto os estoques sinais serão de 330 mil toneladas, um volume próximo do registrado no ano passado.

Plantio O produtor de soja do oeste paranaense não conseguiu imprimir a velocidade que queria no plantio desta safra, mas praticamente toda a área já foi semeada, diz Nelson Paludo presidente do Sindicato Rural de Toledo.

Safrinha Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, diz que esse atraso também ocorre no Centro-Oeste, o que pode dificultar o andamento da safrinha.

De olho Se o clima do Centro-Oeste ficar seco nas próximas duas semanas, o mercado responderá, elevando os preços, diz Pedro Dejneka, da Latam Commodities Group de Chicago.

Preços agrícolas podem ter deflação no atacado

A pressão dos alimentos está diminuindo na inflação. É o que mostra o Índice de Preços por Atacado dos índices da FGV.

Com taxa mensal superior a 6% na segunda quinzena de agosto, os preços já giram perto de 0,5% em 30 dias. Mesmo assim, a variação acumulada no ano ainda é de 17,4%, mostrando como os produtos agrícolas pressionaram a inflação nos últimos meses.

A redução da taxa ocorre devido a uma pressão menor da soja e do milho, produtos que tiveram uma escalada de preços neste segundo semestre devido à redução de problemas na safra norte-americana por causa da seca ocorrida na região Meio-Oeste.

A pesquisa da FGV mostra, ainda, uma forte redução nos preços do tomate. A queda foi de 34% nos últimos 30 dias até 10 deste mês.

Entre as pressões, está a do arroz, que, com oferta menor neste ano, subiu 13% nos últimos dias até 10 de outubro. No período anterior, já havia subido 12%.

Na avaliação da LCA, o IPA agropecuário deve mostrar uma deflação ainda neste mês.

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