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Guerras dos juros

Mesmo com queda de taxa, fundo de banco público perde para poupança

BB tem 2 aplicações para pequeno investidor que rendem menos que a caderneta; Caixa tem 1

Taxas de administração altas nas instituições corroem a rentabilidade dessas aplicações no acumulado deste ano

FILIPE COUTINHO
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Apesar do discurso oficial de que os bancos públicos oferecem as melhores condições para os clientes, fundos de investimento do Banco do Brasil destinados a pequenos investidores lideram as perdas em comparação com o rendimento da poupança.

Mesmo com o anúncio de redução das suas taxas de administração, a Caixa também tem um fundo nesse segmento que não consegue bater o rendimento da poupança.

Em ambas as instituições, as altas taxas de administração praticadas corroeram a rentabilidade dessas aplicações no acumulado do ano.

O levantamento foi feito em BB, Caixa, Santander, Bradesco e Itaú e só considerou os fundos de renda fixa para pequenos investidores, com aplicação mínima inicial de até R$ 1 mil.

O BB tem sete fundos com esse perfil e ao menos dois deles renderam menos no acumulado do ano que a poupança e têm taxas de administração de 2,6% e 4%.

O Santander também tem um fundo, lançado em abril, com o mesmo perfil onde cobra taxa de 4% ao ano.

A Caixa tem nove, três delas lançadas recentemente. Entre as restantes, uma ainda não conseguiu recuperar a rentabilidade em comparação com a poupança, apesar de o banco ter reduzido de 3% para 1,5% ao ano a taxa de administração cobrada.

Segundo a Anbima (que representa a indústria de fundos), a taxa média nesse segmento caiu de 3,45% ao ano, em 2011, para 2,48% ao ano em agosto de 2012.

A maior perda para poupança no BB está em um fundo com rentabilidade de 3,8%, ante 4,8% da caderneta. Quando se considera que há incidência de Imposto de Renda sobre os ganhos nos fundos de investimento, o prejuízo é ainda maior.

O BB argumenta que um dos motivos para uma taxa tão elevada é o fato de esse fundo especificamente incluir prêmios periodicamente. A oferta de sorteios, de R$ 1.500 a R$ 100 mil por mês, e o baixo investimento inicial, de R$ 100, atrai a clientela.

Para quem não tem a sorte de ser o premiado, o custo de participar do sorteio é alto já que o investimento rende menos que a poupança

O Santander também tem um fundo que adota a combinação de alta taxa, baixo retorno e sorteio de prêmio.

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