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Ex-donos do Cruzeiro são suspeitos de desviar até R$ 1 bi para exterior

Ex-banqueiro foi transferido para Cadeião de Pinheiros; advogados devem pedir habeas corpus

PF apura o caso e ouvirá hoje Luis Felippe Indio da Costa, pai de Luis Octávio; defesa não deu declarações sobre o caso

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

As fraudes que levaram o Banco Cruzeiro do Sul à liquidação podem ter alimentado contas no exterior em nome dos controladores da instituição em até R$ 1 bilhão.

A suspeita e a estimativa são de técnicos que acompanham as investigações conduzidas pela Polícia Federal.

Os supostos desvios foram um dos motivos que levaram o Ministério Público Federal em São Paulo a pedir, na terça-feira, a prisão preventiva dos ex-controladores, Luis Octávio Indio da Costa e Luiz Felippe Indio da Costa.

Hoje, a PF deve ouvir o depoimento de Luís Felippe Indio da Costa, pai de Luis Octávio -que continuava preso no Cadeião de Pinheiros, em São Paulo, até o fechamento desta edição.

As autoridades afirmam que eles têm contas em paraísos fiscais e suspeitam elas foram alimentadas por desvios de recursos do Cruzeiro.

A Folha apurou que essa é uma das questões a serem apuradas pelo delegado da PF Milton Fornazari Junior durante o depoimento de Luís Felippe, que está em prisão domiciliar, no Rio de Janeiro, por ter mais de 80 anos.

De acordo com a sentença do juiz Márcio Catapani, "há fatos concretos que demonstram terem os investigados agido com a intenção de subtrair bens à ação do Estado e pô-los a salvo de eventuais medidas determinadas".

Pelo menos outras cinco pessoas ligadas às fraudes ainda podem ser indiciadas pela PF nos próximos dias.

Consultada, a PF não falou até a conclusão desta edição.

DENÚNCIA

O Ministério Público Federal em São Paulo só aguarda o encerramento das investigações da PF para concluir a denúncia e enviá-la à Justiça Federal. A previsão é que isso ocorra em duas semanas.

A Folha tentou contato com Roberto Podval, advogado dos ex-controladores do Cruzeiro, desde terça, e não obteve resposta.

Até o fechamento desta edição, não havia registro de habeas corpus em nome de Luis Octávio na Justiça, mas Podval fará o pedido.

Nos bastidores, a expectativa na Justiça e no Ministério Público Federal é que o pedido seja negado.

Os Indio da Costa respondem por um esquema de fraudes que levaram não somente a um rombo de R$ 2,2 bilhões, mas a um prejuízo ainda não contabilizado ao sistema financeiro.

Eles são acusados de um esquema de desvios de ativos iniciado em 2009 que abrangia as principais áreas do banco, particularmente a oferta de crédito consignado e fundos de investimento.

Também são suspeitos de manipular as ações do banco para gerar lucros que não existiam e foram embolsados.

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